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15 de May de 2006
A CONSTRUÇÃO DE UM TRABALHO DA ABORDAGEM SISTÊMICA NA
CLÍNICA SOCIAL

ZACHARIAS, D. G.; PERETTI, A.; BORGES, C.; GRAEF, D.; ANDRES, L.; ROSA, L. R.; KATZ, M.; FORTES, N.
UNISC

A Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) caracteriza-se como uma universidade comunitária, preocupada com os aspectos sociais de sua região. E através de um laboratório clínica-escola prioriza-se atender a uma demanda carente com as mais diversas problemáticas, e salienta-se por ser o único espaço da região que atende famílias numa perspectiva sistêmica. Esta prática se desenvolve em equipe composta por sete (7) estagiárias da psicologia e uma (1) supervisora. O atendimento ocorre em co-terapia com supervisão ao vivo, onde os demais membros da equipe interagem através de um sistema de comunicação interna/interfone, separados por um espelho unidirecional. Considera-se importante esta prática, uma vez que logo após o atendimento dá-se continuidade a supervisão do caso, trabalhando o self do terapeuta, bem como o engajamento da equipe e análise de seus diferentes momentos. A metodologia utilizada nesta prática proporciona à equipe um aprendizado fundamental para a formação profissional refletindo na qualidade dos atendimentos realizados, e no crescimento da equipe. Tal perspectiva de trabalho, que lida com o sistema familiar, é visualizado na interação com outros sistemas (sociais) no qual a família é contextualizada em sua realidade.












OFICINAS COM PAIS DE ADOLESCENTES: INTERAÇÃO E REFLEXÃO

AFONSO, M. L. M.; BATISTA, C. B.; PINTO, M. C.
UFMG

A pesquisa, realizada em 1998-1999, com financiamento do CNPq, serviu de base para o desenvolvimento da metodologia de Oficinas em dinâmica de grupo. Cinco grupos de pais de adolescentes vivenciaram Oficinas, nas quais a tarefa (tarefa externa) era a de refletir sobre a relação com seus filhos adolescentes. Isto os levava a se organizar em grupo, procedendo também às tarefas de rememoração, narrativa de sua própria história, reorganização do cotidiano, implicação nas relações grupais. Os grupos se mostraram envolvidos e avaliaram positivamente a experiência, independentemente de seu grau de instrução. A metodologia de Oficinas, baseada no Grupo Operativo, na psicodinâmica do processo grupal e na pedagogia da autonomia, se desenvolve através de várias experiências realizadas no LabGrupo/UFMG.
 
ANÁLISE ESTRUTURAL E FUNCIONAL DA BRINCADEIRA DE CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR

MORAES, A. S.; VIEIRA, M. L.
UFSC

A presente pesquisa teve como objetivo investigar, de acordo com o referencial etológico, como a brincadeira de crianças pré escolar se estrutura e qual a função desse comportamento para o desenvolvimento da criança, em duas instituições escolares, uma privada e outra pública. Observou-se , durante os intervalos de recreação livre, o comportamento de 40 crianças entre 4 e 5 anos. Colheu-se os dados durante o ano de 2000 através da técnica de amostragem de tempo, registrando-se o comportamento em intervalos de 30 segundos. Pela análise quantitativa e qualitativa dos dados, constatou-se que: a) o comportamento lúdico foi mais expressivo em todos os grupos observados (cerca de 75% do total de intervalos) em relação as categorias ('outras atividades', 'observação' e comportamento agonístico); b) constatou-se maior número de intervalos em atividades relacionadas com brincadeiras de faz-de-conta e em brincadeiras cooperativa; c) meninos preferiram brincar com maior número de parceiros do que as meninas e crianças de todos os grupos usaram objetos durante a maior parte dos eventos de brincadeira. Na análise quantitativa, em quase todas as categorias registradas não houve diferenças significativas entre as duas escolas e o sexo das crianças; contudo, através de análise qualitativa, em muitas situações, embora o conteúdo da brincadeira fosse similar, meninos e meninas apresentaram diferentes formas de brincar. Nos dois ambientes estudados as crianças demonstraram-se motivadas para brincar de forma cooperativa com colegas e as diferenças sexuais não foram marcantes. Conclui-se que a brincadeira é excelente oportunidade para a criança exercitar o desenvolvimento físico e social.







ESCOLA, ESPAÇO DE TRANSFORMAÇÃO

ANDRADE, A. L.; DELVAN, J. S.
UNIVALI

Este trabalho iniciou com o estágio em psicologia educacional, realizado num Centro de Ensino da grande Florianópolis. Pautou-se em trabalhar as dificuldades encontradas pelas Instituições de Ensino em aplicar na prática o que se aprende nos bancos universitários,resultado da cultura massificante de nosso país, que interfere de forma dura nas relações que se estabelecem no âmbito escolar. Esta cultura acaba por colocar de um lado a família que toma novas configurações e não possui mais tempo para seus filhos, depositando na escola toda a esperança da possibilidade da educação. Por outro a Instituição de Ensino que sofre cobranças do governo e da família muitas vezes distantes da realidade escolar. Para tanto, buscou-se lutar por uma proposta onde a escola pudesse ser um espaço de transformação, resignificando este mesmo espaço, respeitando-se as singularidades na construção de novos valores. Enfim tentar despertar o pensamento e a prática para que estejam diretamente ligados ao compromisso com a trasnformação. Neste sentido, trabalhou-se com todos os atores envolvidos neste contexto, quais sejam: professores, funcionários, alunos, direção, coordenação, psicóloga e as famílias. Através de projetos  utilizando-se dinâmica de grupo, reuniões e conversas informais. Os resultados traduziram-se na melhora das relações interpessoais, valorização dos professores e uma  liberdade de expressão mais consciente por parte dos alunos.













UM ESTUDO SOBRE PENSAMENTO COMPLEXO E A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE VIOLÊNCIA E NÃO-VIOLÊNCIA COM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DA REDE PÚBLICA ESTADUAL NA CIDADE DE SÃO PAULO

CAMPOS, A. O.
UNIP

Uma análise do pensamento complexo e da representação social de violência e não-violência através de redações de alunos do ensino médio da rede pública de São Paulo. Procuramos observar e entender o antagonismo existente no pensamento destes alunos, que acreditam na violência legítima do Estado ( por exemplo, a pena de morte) tanto quanto na não-violência de Gandhi como propostas de combate e prevenção da violência na sociedade. Como entender e conhecer a contradição que está no pensamento e se mostra como fato natural dos acontecimentos? Alguns objetivos visavam em possibilitar uma reflexão entre a natureza da violência e não-violência no convívio das relações entre os alunos. Utilizar a contradição como instrumento para provocar reflexão. Mostrar que os alunos apoiam a violência (pena de morte) por falta de reflexão. Contribuir para a Cultura de Paz proposta pela UNESCO. A não-violência como manifestação da cidadania.


















O FENÔMENO DO FRACASSO ESCOLAR SOB A ÓTICA DE PROFESSORES E PSICÓLOGOS

BONASIO, A. P.; BARREIROS, A. P.; FERREIRA, L. M. R.
UNESP – Bauru

Este estudo pretende investigar as concepções de psicólogos e professores sobre o fracasso escolar no Brasil, com o objetivo de apreender os recursos teóricos utilizados por estes profissionais na explicação da origem dos chamados problemas de aprendizagem dos alunos, bem como na maneira de resolvê-los, avaliando a relação estabelecida entre teoria e prática dos entrevistados. Participaram desta pesquisa 73 profissionais, sendo 10 psicólogos e 63 professores do ensino fundamental, médio e superior. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas contendo dados de identificação e contemplando três aspectos: as causas do fracasso escolar, suas possíveis soluções e as diferenças entre escolas públicas e particulares. As respostas de cunho dissertativo foram tratadas através da análise de conteúdo, possibilitando, assim, perceber conteúdos representacionais explicitados pelas categorias de respostas a partir dos dados empíricos. Os primeiros resultados observados revelam diferentes concepções sobre o fracasso escolar entre os professores do ensino fundamental, médio e superior, bem como entre psicólogos. Foram encontradas também correlações entre fracasso e suas soluções, além de diferenças entre as concepções apresentadas pelos professores de escolas públicas e privadas. Uma análise de conjunto dos dados aponta para a hegemonia de concepções individualizantes que buscam situar o fracasso escolar como produto de dificuldades dos alunos.











POSSIBILITANDO A HUMANIZAÇÃO NAS RELAÇÕES PRESENTES NO COTIDIANO ESCOLAR

BONASIO, A. P.; FERREIRA, L. M. R.; SIMONO, N. R.
UNESP – Bauru

Este trabalho vem sendo realizado desde o ano de 2000 e parte do pressuposto de que é fundamental desvelar a importância do grupo no processo de construção de um cotidiano que possibilite a humanização das relações e o conseqüente desenvolvimento do indivíduo enquanto ser genérico e singular. Desta forma, visa possibilitar um espaço para reflexão sobre questões do fazer docente, buscando uma ampliação da consciência de si e do outro. Partindo da compreensão do professor em sua realidade institucional, social e histórica, busca-se promover reflexões e momentos nos quais os professores possam pensar em si mesmos e em seus projetos de vida, e compartilhá-los com o grupo, o que pode propiciar o início de uma transformação da prática pedagógica através de uma construção coletiva. O grupo é composto por 15 professores, do ensino fundamental (5ª a 8ª série) e médio, de uma escola pública da cidade de Bauru. Nos encontros são utilizados textos para estudo, dinâmicas de grupo, músicas, cartazes, dramatizações, filmes, poesias, entre outros. Os resultados já alcançados indicam que o espaço para expressão da subjetividade foi ampliado e valorizado pelos membros do grupo. O respeito e a prontidão para ouvir demonstram a percepção, por parte dos professores, da importância de atentar para o outro, o que favorece o desenvolvimento de ações transformadoras partindo do coletivo, sendo este o início do processo de humanização.












JOVENS DE CLASSE DE MÉDIA, TELEVISÃO, SOCIABILIDADE E TRANSGRESSÃO: DIMENSÕES PEDAGÓGICAS

MARINHO, A. F. F.; MORGADO, M. A.
UFMT

Investiga-se a influência do conteúdo de programas de televisão em práticas transgressivas de jovens de classe média em Cuiabá, Mato Grosso. Para isso, foram escolhidos os programas televisivos Todo Mundo MTV, da emissora MTV, e Superpositivo, da Rede Bandeirantes. Considerada um dos maiores meios de comunicação de massa, a televisão pode exercer forte influência na educação do receptor. Bourdieu, em Sobre a Televisão, apresenta-a como um universo em que agentes sociais, potencialmente livres e autônomos, podem ser transformados em marionetes de uma necessidade que é preciso descrever, de uma estrutura que é preciso tornar manifesta e trazer à luz. A opção por esses dois programas, veiculados em canais abertos, é justamente porque são voltados para o público jovem. Verifica-se que, apesar da irreverência e da interatividade de ambos, as linguagens são diferentes: o segundo recorre à punição dissimulada em humor, à vulgarização do erotismo humano e a preconceitos étnicos e de gênero, dentre outros; o primeiro, faz apologia da não violência, debate os grandes temas sociais contemporâneos e traça o perfil profissional dos jovens participantes. Constata-se que o público jovem pesquisado pode incluir ou excluir dos próprios conhecimentos aquilo que os programas de televisão em foco incluem ou excluem dos seus conteúdos. Considerada essa dimensão pedagógica dos meios de comunicação, dependendo do tipo de conteúdo que veiculam, concorrem politicamente para ações anti-sociais de transgressão ou para ações denotativas de consciência crítica e solidariedade.









DO RURAL AO URBANO: O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DOS ALUNOS DE UM ASSENTAMENTO RURAL À ESCOLA URBANA

BRANCALEONI, A. P. L.; PINTO, J. M. R.
USP – Ribeirão Preto

A passagem para a 5a série do Ensino Fundamental é um período crítico na vida escolar das crianças, sendo mais acentuado para aquelas da zona rural que, em grande parte, precisam prosseguir seus estudos na zona urbana. As mudanças se estendem também na participação da comunidade rural na escola urbana. Portanto, é importante compreender como são vivenciadas estas mudanças pelas crianças e pela comunidade. Assim, este trabalho tem por objetivo estudar o processo de adaptação dos alunos que saem da 4a série da escola de um assentamento rural e vão estudar em uma escola urbana. Buscou-se ainda analisar a participação da comunidade rural nesta escola. Adotou-se uma abordagem qualitativa de cunho etnográfico, utilizando como instrumentos de coleta de dados a observação participante, a análise documental e entrevistas semi-estruturadas. O estudo foi dividido em duas etapas, uma no assentamento rural e posteriormente na escola urbana. Foram entrevistadas pessoas nestes dois contextos, perfazendo 21 entrevistas. Contatou-se que a escola rural possui uma boa integração com sua comunidade. Porém, há uma cisão na equipe técnica que se reflete em todas as práticas e inclusive, no principal problema vivenciado que é o fracasso escolar. Quanto à transição para a 5a série, esta se constitui em forte ruptura sem qualquer preparação prévia e sistematizada para esta mudança. Além disso, a participação da comunidade rural, nesta escola, se reduz drasticamente. Outro dado é que na escola urbana, praticamente todos os alunos se sentem estrangeiros, pois poucos possuem vínculos com o bairro onde ela se encontra.








ME DIZ O QUE É QUE EU FAÇO? MOTIVAÇÕES QUE INFLUENCIAM A DEFINIÇÃO PROFISSIONAL

GOERGEN, C.; FINGER, C.; HOELSCHER, R.
UPF

Estudar as motivações que influenciam a definição profissional é um tema fundamental na psicologia, principalmente num país onde as taxas de desemprego avassalam as esperanças dos jovens profissionais. Observa-se que os jovens estão confusos e ansiosos na definição da escolha profissional, pois gostariam de optar por algo que lhes desse satisfação, realização e estabilidade financeira. Escolher uma profissão é tentar ver o futuro, avaliando possibilidades, valores e perspectivas possíveis no mundo de trabalho. A presente pesquisa buscou compreender as motivações subjacentes na escolha profissional. A amostra foi composta de 100 sujeitos, sendo 50 estudantes do 3º ano do ensino médio, tanto de escolas particulares quanto públicas da cidade de Carazinho e, 50 estudantes universitários ingressantes da UPF. A faixa etária ficou entre 15 e 23 anos. O instrumento utilizado foi um questionário, elaborado pelas autoras, para identificar os principais fatores influentes na escolha profissional. O estudo apontou existirem vários fatores determinando a escolha profissional, como: o gosto pela profissão, o campo de trabalho e questões familiares. Segundo os jovens os fatores mais influentes na escolha profissional tem sido as questões financeiras, (opção por cursos universitários mais baratos), o status de determinada profissão, o mercado de trabalho e a influência da família. Destaca-se também o fato de a maioria dos jovens da amostra não ter recebido na escola nenhum tipo de orientação profissional. Sendo a escolha profissional uma decisão que influenciará toda a vida, os dados apontam a necessidade da psicologia poder ocupar um espaço maior no desenvolvimento de atividades que venham capacitar os jovens em sua inserção no mundo do trabalho, de uma forma mais crítica e consciente.






INTEGRAÇÃO ESCOLA-COMUNIDADE: UM PROJETO DE PSICOLOGIA SOCIAL

MASTROBUONO, C. M.; SOUZA, J. C. R.; FREITAS, J. F.; CAMARGO, A.
PUC / FFCLG

Este trabalho objetiva primeiramente descrever o projeto desenvolvido pelos autores (professora e alunos) em escolas de Guarulhos envolvendo Oficinas de Orientação Sexual durante o ano de 2000 e nascido na disciplina de Didática, e posteriormente elevado ao grau de Projeto de Extensão Universitária. No ano de 2001, o projeto muda em função do pedido de uma escola específica, e passa a levantar a demanda de alunos, professores e comunidade sobre a função da escola e alternativas de participação da escola na comunidade e vice-versa, para a partir deste levantamento propor e realizar ações que viabilizem a articulação entre ambas. O projeto integra os cursos de Psicologia e Pedagogia das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras, Enfermagem e Obstetrícia; e Fisioterapia de Guarulhos, realizando também levantamento das necessidades educacionais e pedagógicas do corpo docente visando estruturação conjunta de cursos de reciclagem e grupos de discussão sobre temas de seu interesse. Aplicou-se 330 questionários para alunos do turno noturno do Ensino Médio e Fundamental (7a e 8a série) , 330 questionários para as famílias da comunidade e 50 questionários para os professores do turno noturno do Ensino Médio e Fundamental (7a e 8a série). Os dados se encontram em fase de tabulação. Finda a tabulação, discutiremos os resultados com a comunidade escolar e com ela estruturaremos as atividades.











ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL EM UMA PERPECTIVA SOCIAL DE INFORMAÇÃO: UMA ATUAÇÀO EM PSICOLOGIA EDUCACIONAL

KONESKI, C. P.; MANDELLI, M. T.; DELVAN, J. S.
UNIVALI

Este trabalho é resultado do estágio curricular em Psicologia Educacional/ Escolar da Universidade do Vale do Itajaí, exigência para a formação de futuros profissionais. O trabalho centrou-se no tema Orientação Profissional e foi desenvolvido em uma instituição de ensino médio da Grande Florianópolis, cuja clientela caracteriza-se por adolescentes com faixa etária entre quatorze à dezoito anos de idade. O trabalho estruturou-se em dois momentos: a primeira etapa esteve voltada para autoconhecimento, enfocando questões de sensibilização e integração do grupo, levantamento de expectativas diante do momento de escolha e desenvolvimento de reflexão acerca da escolha profissional e sentimentos associados a isto. A segunda etapa esteve voltada para a informação profissional. Esta constou de palestras com profissionais das áreas identificadas como de maior interesse entre os alunos. Estes profissionais enfocaram vários aspectos das referidas profissões, tais como: definição da área, possibilidades e dificuldades no mercado de trabalho, currículo do curso, agências formadoras, e outras informações necessárias para que os alunos pudessem realizar a escolha profissional. Os encontros aconteciam em média com vinte alunos, na duração de cinqüenta minutos, uma vez por semana. A prática de estágio possibilitou uma articulação da Educação X Trabalho, conscientizando os alunos da importância de uma escolha profissional intencional. O grupo mostrou-se comprometido e interessado durante o trabalho, trazendo questionamentos e colocações pessoais de suas vivências e opções profissionais. Desta forma, pudemos semear uma nova possibilidade de leitura da realidade escolar, transformação social e não mais uma leitura pautada em uma psicologia individual, em um ser humano fragmentado e portador de dificuldades.





AUTO ESTIMA NA ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS

SILVA, C. P.; FONTANA, T. K.; BELONI, E.
UNIFIL

O analfabetismo constitui um dos grandes desafios da educação brasileira. Pode ser considerado como uma das características mais evidentes, no que diz respeito à educação das sociedades de terceiro mundo. Assim, a auto estima depende fundamentalmente da capacidade de ver-se a si mesmo de maneira realista, aceitar-se e de amar-se tal como se é. O objetivo do trabalho é promover a auto estima no processo de ensino/aprendizagem. Utilizou-se técnicas de dinâmica de grupo, vinculadas ao auto conhecimento, auto percepção, considerando a diversidade de história de vida presentes no contexto da sala de aula. Os resultados são parciais devido ao trabalho estar em andamento. A proposta vem sendo alcançados, os resultados podem ser vistos tanto no relacionamento professor/aluno, aluno/aluno, quanto pelas próprias verbalizações dos alunos. As perspectivas são favoráveis e há possibilidade que o trabalho alcance seus objetivos plenamente.




















REDE INTEGRADA DE QUALIFICAÇÃO SOCIAL DA VILA SÃO JOSÉ

SMITH, D. V.; COROMBERQUE, A. M.; CESCA, C. P.; BERTAZO, D.; ZANIOL, E.; MARASCHIN, C.; TITTONI, J.
UFRGS

Em julho/99, no Centro Infanto Juvenil Murialdo, localizado no Morro da Cruz, Porto Alegre, iniciou-se a abertura de um estágio de Psicologia Social e, a partir dessa experiência, pensou-se em uma proposta de reflexão coletiva sobre as práticas realizadas até o momento. Posteriormente, ampliou-se a nossa atuação indo para a Escola Municipal Morro da Cruz. Então, criamos este projeto de extensão em março/2001 que propõe desenvolver um apoio à estruturação e qualificação pedagógica do CIJM e outras instituições educacionais da Vila São José, ampliação e consolidação de um atendimento psicossocial para esta comunidade, e estruturação e qualificação de uma rede multi-institucional integrada. A metodologia utilizada é de pesquisa participante. Os estagiários do CIJM tanto coordenam dois grupos de trabalhadores, como fazem um acompanhamento sócio-familiar das crianças. Os estagiários do EMMC coordenam tanto um grupo de crianças e adolescentes com problemas de aprendizagem, como um grupo temático de adolescentes. O resultado desse processo explicitou as diversas formas de constituir a realidade (as lógicas popular, religiosa e acadêmica) e discursos que convivem nestas instituições. Atualmente, a investigação e atuação concentra-se na: (1) tentativa de articular o espaço para o trabalho coletivo e o entendimento da implicação disso com a constituição da realidade das crianças e adolescentes, assim incrementando o fluxo do diálogo entre essas lógicas e (2) o entendimento do processo de aprendizagem de uma turma de progressão contextualizado na realidade que estas crianças e adolescentes vivem. Disso resulta uma construção de conhecimento que permanece sustentado em teorias da Psicologia Social.






PROGRAMA EXPERIMENTAL DE INTERVENÇÃO INTERSETORIAL NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA

SANTOS, D. B.; FREGONESE, A. A.; FELIPE, M. C.; NASSO, S. C. S.; TELLAROLI, M. E.; BENELLI, S. J.; LADEIA, C. R.; MATTIOLI, O. C.
UNESP – Assis

Até os anos 70 atribuía-se aos problemas escolares causas centradas na criança. Nos anos 80, estudos mostravam que os fenômenos educacionais geralmente são determinados por variáveis localizadas no sistema de ensino. Hoje sabemos que fatores extra-escolares, ligados ao aluno, sua família e condições de vida, podem influenciar, porém não justificam o fracasso escolar, sobretudo de alunos das camadas populares. Os problemas escolares apresentam-se como um desafio para educadores e outros profissionais. Necessita-se romper com a lógica da fragmentação e elaborar soluções que agreguem recursos capazes de pensar e agir integralmente diante desta problemática. Com esse propósito, realiza- se um trabalho de intervenção numa escola de ensino fundamental em Maracaí, São Paulo. O objetivo é conhecer o cotidiano e estudar fatores atuantes na produção do fracasso escolar e compreender as articulações entre o discurso e a prática dos processos de subjetivação e objetivação que ocorrem na escola; construir instrumentos de intervenção psicopedagógica e socializar conhecimentos necessários à mudança e conscientização das práticas na instituição. Formou-se um conselho gestor, onde participam representantes de setores da educação e da Saúde Mental do município, além dos estagiários e supervisores do Curso de Psicologia da UNESP- Assis. A metodologia envolve entrevistas com pais, professores e alunos, avaliações da lecto-escrita, do raciocínio lógico-matemático e outros aspectos do desenvolvimento, sob a ótica de Piaget, Vygotsky e da Psicanálise. Posteriormente são feitos os encaminhamentos, quando necessários, para serviços ligados ao programa, e reflexões com o conselho gestor, possibilitando orientações e ações psicopedagógicas, seguindo o modelo da Psicopedagogia Institucional.



SISTEMA EDUCACIONAL E AUTO-CONCEITO NUMA SOCIEDADE DE CLASSES

PEDROSA, E. C. A.; MORAES, R.; COSTA, J. B.; CAMINO, L.
UFPB

Na sociedade brasileira, marcada pelas desigualdades, o tipo de escola freqüentada pelo adolescente é tomada como forte indicador de como ele se situa no processo de inclusão e exclusão social. O auto-conceito - concebido como a percepção que o indivíduo tem de si, produto de atividades reflexivas resultantes da interação do sujeito com o meio social - é uma característica fortemente influenciada por essa exclusão. Assim, verificou-se como o tipo de escola (pública/privada), e ainda como o sexo e a idade, influenciam o auto-conceito de adolescentes. A Escala de Auto-Conceito (García e Musitu, 1999), composta por 30 itens, foi aplicada a 2004 alunos de escolas públicas e privadas da Paraíba, de ambos os sexos, com idades entre 10 e 18 anos. Verificou-se que o auto-conceito se organiza em cinco dimensões: Escolar, Social, Emocional, Familiar e Física. Comprovou-se que o nível sócio-econômico afeta o auto-conceito, uma vez que os alunos de escolas públicas, supostamente aqueles que se sentem menos aceitos na sociedade e em casa, identificam-se menos com as dimensões Social e Familiar. Além disso, as moças se percebem mais identificadas com as dimensões Escolar e Emocional, enquanto os rapazes com as Familiar e Física; e, quanto mais novos, maior a identificação com as dimensões Escolar e Emocional. Conclui-se que os adolescentes, por estarem inseridos numa sociedade com fortes desigualdades, percebem-se de formas diferenciadas em relação às dimensões do auto-conceito, que, por sua vez, está ligado a fenômenos sociais onde a cultura em que o adolescente se desenvolve se torna um fator importante.









A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA MORTE PARA OS ESTUDANTES DE MEDICINA

FERNANDES, F. F.; QUINTANA, A. M.; NAUJORSK, M. I.
UFSM

O presente trabalho propõe-se a investigar a representação social da morte para um grupo que convive com ela de forma tão próxima como os estudantes de medicina. Foram realizadas entrevistas em profundidade, semi-dirigidas, com duas estudantes do oitavo semestre do curso de Medicina, sendo posteriormente transcritas e realizada a análise de conteúdo qualitativa. Verificou-se quatro categorias de representação da morte: a) Morte: a quebra do sentimento de onipotência; b) Morte: a impossibilidade de um não envolvimento para o estudante de medicina; c) Morte: a constatação do despreparo para lidar com a finitude; d) Morte: o peso de uma responsabilidade permeada pela onipotência. A partir das representações sociais da morte apreendidas no material analisado, pode-se pensar que seria necessário oferecer aos estudantes de medicina um espaço para examinar as experiências relativas à morte em seu processo de aprendizagem, visando auxiliá-los a lidar com esta circunstância, com o objetivo de que, ao desenvolverem os mecanismos necessários de negação e onipotência, não percam sua preocupação com o sofrimento humano e a necessária sensibilidade para lidar com ele.
















O AMBIENTE FAMILIAR E SUAS REPERCURÇÕES NO DESEMPENHO ESCOLAR

MODESTI, J.; FREITAS, L. B.
UNOESC – Chapecó

O serviço de Psicologia Escolar prestado no município de Alpestre - RS, é vinculado à Prefeitura Municipal e atua através da Secretaria Municipal de Educação Fundamental, atendendo vinte e uma escolas de ensino fundamental. Conforme eram prestados os atendimentos às escolas, pôde-se perceber que os problemas de comportamento e ou aprendizagem que emergiam, eram oriundos de um contexto familiar agravado pela violência doméstica, pelo abuso de álcool, pela falta de informações ou distorções das mesmas. Assim, entendeu-se como necessário um trabalho que contemplasse não somente os alunos, mas que fosse extensivo à suas famílias. Com o objetivo de proporcionar esclarecimentos e informações, aumentar a qualidade de vida dos envolvidos, de amenizar o baixo rendimento escolar e os problemas de relacionamento interpessoais, realizou-se atividades com as famílias no transcorrer do ano 2000, respeitando a necessidade, o interesse e a motivação do grupo, incentivando o questionamento e a busca de respostas às suas dúvidas. Foram oferecidos encontros mensais, onde eram expostos e discutidos os problemas em questão com uma psicóloga, que propiciava um ambiente favorável para o grupo expressar seus sentimentos e suas expectativas. Após as palestras, era reservado um espaço para atendimento individual, caso houvesse necessidade, dando-se orientações mais específicas aos pais e feitos encaminhamentos quando necessário. Pode-se concluir que, apesar de não se ter dados quantitativos, percebeu-se uma melhora no ambiente familiar, no convívio e no desempenho escolar e nas relações interpessoais.









A DEMANDA PELA EDUCAÇÃO INFANTIL E OS RECURSOS DISPONÍVEIS PARA O SEU FINANCIAMENTO

GUIMARAES, J. L.
UNESP – Assis

O presente trabalho teve como objetivo demonstrar, através de uma série de comparações de indicadores educacionais, como a implantação do FUNDEF - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério poderá impactar, negativamente, a oferta da Educação Infantil. A análise dos dados permitiu as seguintes conclusões: 1.) não é possível discutir o financiamento da Educação Infantil sem se levar em conta as finanças dos municípios que respondiam, em 1999, por 88% das matrículas públicas neste nível de ensino; 2.) esta análise também não pode ser feita sem que se considere as responsabilidades dos municípios com o Ensino Fundamental, que hoje representa uma matrícula 5,5 vezes maior que a da Educação Infantil; 3.) o nível de cobertura da Educação Infantil ainda é muito limitado, seja frente à procura ou ao que determina a legislação (LDB, ou projeto de PNE); 4.) os recursos disponíveis por aluno nos Municípios atingem patamares que não propiciam a consolidação de uma rede de Educação Infantil de qualidade já que, além dos baixos valores per capita, há fortes discrepâncias interregionais, que o FUNDEF pouco corrigiu; 5.) a implantação do FUNDEF, pelos indicadores iniciais, está provocando um impacto negativo na oferta de Educação Infantil, com redução de 125.000 matrículas de Pré-Escolas, entre 1997 e 1999, após uma década de crescimento contínuo.












A COERÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

VIECILI, J.; GOMES, J. S.; MEDEIROS, J. G.
UFSC

O presente trabalho procura investigar os comportamentos de professores em sala de aula, identificando as diferenças entre alunos "com história de fracasso escolar" (CFE) e alunos "sem história de fracasso escolar" (SFE), principalmente no que concerne a práticas coercitivas exercidas pelos professores. Os dados estão sendo obtidos através de observação direta em sala de aula, registrando a relação entre o comportamento de 3 professoras e 5 alunos na condição CFE e 5 alunos na condição SFE do ensino fundamental de uma escola pública. Ao final da primeira etapa de observação, identificou-se que os alunos SFE concentram-se mais no cumprimento das tarefas e ficam mais atentos à professora, além de apresentarem menos comportamentos não acadêmicos do que alunos CFE. Já os alunos CFE apresentam mais comportamentos não acadêmicos de distração e de interação com colegas do que alunos SFE. Quanto aos comportamentos da professora, a maioria destes está relacionada a comportamentos acadêmicos. Dentre estes, há pouca distinção quanto a alunos CFE e SFE. Os índices demonstram uma leve predominância de comportamentos de explicar tarefa a alunos CFE, ao mesmo tempo que prevelece uma leve predominância de comportamentos de advertência a alunos CFE. Quanto aos comportamentos não acadêmicos, nota-se que o comportamento de distração da professora é dirigido mais a alunos SFE. A partir destes dados, ainda preliminares, pode-se afirmar que as professoras se preocupam mais em controlar os comportamentos dos alunos CFE, dirigindo-lhes atenção e advertindo-os, e policiando menos os comportamentos de alunos SFE.








CRIANÇA E "CULTURA MIDIADA": UMA ANÁLISE DOS VALORES TRANSMITIDOS PELA MÍDIA INFANTIL

KANAMOTA, J. S. V.; MEZZAROBA, S. M. B.; AKIYOSHI, C. S.; SOUZA, F. B.; FUGANTI, F. R.; NAKAYA, J. K.; GEMELLI, K. R.; AIRES, L. A.; RODRIGUES, L. D.; COLOMBO, M. R.; JUNQUEIRA, R. D.
UEL

Vivemos em um período histórico onde os elementos da cultura não são transmitidos apenas através do contato direto entre as pessoas, mas predominantemente mediados pelos meios de comunicação de massa. Isto caracteriza o que Thompson (1995, apud Guaresch 2000) chamou de "cultura midiada". Essa cultura não se restringe apenas ao público adulto mas abarca, cada vez mais, o público infantil que passa horas diante da televisão, compra livros, revistas, entre outros. Em decorrencia disto, o objetivo deste trabalho foi analisar os valores transmitidos pelos vários agentes da mídia destinados ao público infantil. Dentre deste, selecionaram-se desenhos animados, programas de televisão e revistas infantis. Os dados obtidos sugerem que os valores veiculados são contraditórios em seus conteúdos. Ressaltam a necessidade de convivência harmoniosa em grupos e preservação do meio ambiente, porém, isto é feito de forma desvinculada do contexto social, não levando em consideração as diferenças de classe, cultural e religiosa. Ao mesmo tempo que enfatizam a individualidade, a competição e o consumo desenfreado. Esta situação de ambiguidade aponta para a necessidade, cada vez mais urgente, de que profissionais de psicologia e áreas afins se envolvam seriamente nesta discussão.












UMA APROXIMAÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MEIO AMBIENTE PARA ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO: ESTUDO PILOTO ATRAVÉS DE GRUPOS FOCAIS

SPINELLI, L. S. F.; ARRUDA, A.; COELHO, E.
UFMT / UFRG

O estudo das representações sociais pode contribuir para a busca de negociação e solução dos problemas ambientais. A pesquisa tem como objetivo identificar as representações sociais de meio ambiente para alunos de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso. Poderá levantar elementos que contribuam para a reflexão sobre a formação do professor no âmbito da Educação Ambiental. Reporta-se ao referencial teórico proposto por Serge Moscovici em 1961 - Teoria das Representações Sociais. A amostra se compõe de 30 sujeitos matriculados no curso, subdivididos em dois grupos: 15 alunos do campus central em Cuiabá (modalidade regular) e 15 alunos de um pólo no interior do Estado de Mato Grosso (modalidade ensino parcelado). Utiliza da técnica do grupo focal como estudo piloto para a aproximação do universo nocional dos sujeitos e para auxiliar na elaboração do roteiro da entrevista semi-dirigida. Foram realizados dois grupos focais, sendo um em cada modalidade do curso. Os dados coletados serão analisados através da análise de conteúdo temática. A hipótese inicial é de que a localização geocultural dos cursos de pedagogia do campus da UFMT, podem contribuir para uma possível diferença nas representações acerca do meio ambiente. Os primeiros resultados serão apresentados no momento do encontro.











PSICOLOGIA E ODONTOLOGIA: PREVENINDO CÁRIES BRINCANDO

CARBONI, L. R.; SOUZA, M. L. F.; MANOEL, A. S.; FURTADO, B. R.; LUCIANETTI, F. M.; GESSER, J. C. S.
UFSC

O presente trabalho consiste em um projeto piloto, em uma perspectiva multidisciplinar, tendo como proposta uma parceria entre estagiários de psicologia e de odontologia, com vistas a auxilia-los em sua atuação em um projeto de prevenção da saúde bucal em escola pública. O trabalho consiste em assessorar o trabalho dos estagiários de odontologia em aspectos psicológicos com relação à prevenção da saúde bucal e no atendimento clínico através da participação na elaboração do projeto de estágio de odontologia; da participação nas atividades educativas de saúde bucal e na dessensibilização de ansiedades e medos frente ao tratamento odontológico que estejam presentes nas crianças selecionadas para o tratamento clínico, visando uma mudança na postura dos alunos da odontologia onde levem em conta na sua atuação fatores psicológicos essenciais como a questão do vínculo, aspectos do universo infantil e melhor manejo da conduta do paciente frente ao tratamento odontológico. Como resultados é possível perceber-se uma interação cada vez maior dos estagiários de odontologia e psicologia; uma maior habilidade e consciência por parte das crianças participantes da importancia da manutenção da higiene bucal e uma melhora na colaboração das crianças no atendimento clínico indicando redução de medos e ansiedades frente ao tratamento odontológico dando indicativos de que a parceria proposta é de grande importância, e tem caminhado na direção proposta pelo projeto.










NOVO PARADIGMA DA FUNÇÃO DA INSTITUIÇÃO CRECHE : CRECHE COM
PAPEL ALFABETIZADOR

MOREIRA, L. G.; OLIVEIRA, V. H. F.
UFMG

As creches durante longo tempo tiveram como função primordial o cuidado de crianças cujas mães, na maioria das vezes, em função de sua entrada no mercado de trabalho, não podiam fazê-lo. Atualmente, a função das creches ampliou-se, agora havendo a obrigatoriedade do papel alfabetizador da creche junto às crianças que a freqüentam. Verificar a representação social que a instituição creche possui frente às mães dessas crianças é fundamental, uma vez que essa representação irá refletir no tipo de relação que se estabelecerá entre os pais e a creche e ainda entre a comunidade e a creche. Acreditamos que quanto mais articulada for essa relação, mais produtivo será o trabalho de alfabetização da creche junto às crianças. Foram aplicados questionários semi-dirigidos aos pais de crianças com idade entre 2 à 6 anos, de uma creche em uma região economicamente carente de Belo Horizonte. Depois da análise dos dados colhidos, observou-se que a maioria das mães que se submeteram aos questionários possui uma representação social da creche como um "lugar para deixar seu filho", sendo que apenas uma pequena parcela dessas mães possui uma representação social da creche como um "lugar de educação ou preparo pré-escolar". Este resultado demonstra a necessidade de uma maior sensibilização dos pais inserindo-os nesse projeto como agentes fundamentais para o sucesso das atividades desenvolvidas na creche.












PROJETO DE VIDA, ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E VOCACIONAL: O ESTADO DA ARTE DE 1996 A 2000

SOUZA, M. M. G.
PUC – Campinas

O presente estudo foi realizado como parte de uma dissertação de mestrado que visa estabelecer parâmetros de prevenção para escolas de ensino médio baseados na construção de projetos de vida, para tanto fez-se necessário um levantamento bibliográfico que situasse o estado da arte da produção científica brasileira no que se refere a Projeto de Vida, Orientação Profissional e Vocacional e Inserção Laboral do Jovem. O estudo consistiu em um levantamento bibliográfico por meio das palavras-chave “Orientação Profissional e/ou Vocacional”, “Projeto de vida” e “Jovem/Adolescente e Trabalho” nos periódicos científicos da área de Psicologia conceituados como “A” pela CAPES/ANPEPP, no período de 1996 a 2000. As palavras-chave foram procuradas nos sumários e nos resumos de artigos dos referidos periódicos. Foram identificados 1297 artigos publicados nos veículos consultados, destes 1,69% (N=22) referindo-se às palavras chaves pesquisadas. Dos artigos referentes às palavras-chave, 68,18% (N=15) tratavam de relatos ou resultados de pesquisa e 31,82% (N=7) eram artigos teóricos. Os artigos encontrados foram divididos nas seguintes categorias: Avaliação Psicológica (4,54%, N=1), Transição Escola-Trabalho (13,64%, N=3), Projeto de Vida (13,64%, N=3), Inserção Laboral (18,18%, N=4), Trabalho e Identidade (22,73%, N=5) e Escolha Profissional/OPV (27,27%, N=6). Verificou-se que a publicação científica referente a Projeto de Vida é insipiente, este dado pode indicar tanto a falta de pesquisa na área quanto a falta de publicação.










JOVENS DE CLASSE MÉDIA NO ENSINO PRIVADO: CIVILIDADE E TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR

SELLA, M. L.; MORGADO, M. A.
UFMT

Este trabalho analisa a proposta educacional de uma Escola não confessional da rede privada de Cuibá-MT, seu regimento interno, mais particularmente no que se refere à aplicabilidade das normas de convivência e sua possível relação com a indisciplina de jovens dentro da sala de aula. No primeiro ano do Ensino Médio. A observação, as entrevistas e a pesquisa bibliográfica são empreendidas para saber se as relações travadas no contexto escolar em foco concorrem para a produção dessa indisciplina. Verifica-se que, professores e dirigentes não sabem dizer qual a proposta pedagógica da escola, também não sabem definir com clareza o que seriam os denominados atos de indisciplina. Além disso, há falta de definição das normas de convivência escolar. Assim como em outro ambiente social, no espaço escolar muitos adolescentes relativizam as regras de civilidade nos relacionamentos travados na escola, especialmente na sala de aula. A ausência de parâmetros produz conflitos que poderiam ser evitados se as regras de convivências nessa interação social estivessem claramente estabelecida.




























GESTÃO DEMOCRÁTICA: UM DESAFIO CONTEMPORÂNEO

MARSDEN, M.; BRETAS, M. R. A.; ROCHA, M. L.; CAVALCANTE, R. C. F.
UERJ

Este trabalho tem como proposta apresentar um desdobramento da pesquisa-intervenção "Psicologia e educação: trabalho docente, produção de subjetividade e saúde" relatando as práticas desenvolvidas junto ao corpo discente de uma escola pública de ensino fundamental e médio do Rio de Janeiro. Através da análise coletiva dos modos de organização do processo educacional e tendo como desafio a ampliação do conceito de cidadania, buscamos desenvolver o pensamento crítico dos jovens frente à realidade encontrada na escola e na comunidade na qual estão inseridos. Para isso, realizamos oficinas de orientação profissional, de sexualidade, reuniões com o grêmio estudantil e de conselho de representantes, além do Projeto Manghupe, que surgiu a partir de um convênio entre o Hospital Universitário Pedro Ernesto e a escola. Nossa proposta é possibilitar que os próprios alunos tomem conhecimento das diferentes relações afetivas e sexuais existentes, do comportamento da população, do preconceito no trabalho, das exigências do mercado de trabalho, das pressões e costumes familiares, da existência ou não de um papel social do homem e da mulher e de suas possibilidades políticas. Enquanto técnicas, utilizamos dinâmicas, debates e vídeos. Temos observado que estes dispositivos vêm ampliando a responsabilidade e a postura crítica dos jovens diante da realidade social encontrada, além de integração entre os alunos nas discussões, evidenciando maior participação coletiva no processo escolar e possibilitando ainda a construção de uma cidadania ativa.
























EDUCAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA: INTENÇÕES E CONCEPÇÕES

MATTOS, M.
UPF

Este trabalho consiste numa pesquisa qualitativa que teve como objetivo investigar as intenções e concepções dos educadores que realizam atividades sobre educação sexual nos terceiros e quartos ciclos do ensino fundamental, em escolas da rede pública e privada do município de Passo fundo-RS. Estabelece um comparativo entre escolas de periferia urbana e de centro urbano, que se configuram como contextos socioeconômicos diferentes. Para isso, utilizou-se uma entrevista semidirigida e o método de análise de conteúdo, tendo como categorias principais as concepções referenciais que fundamentam a ação dos educadores, sua metodologia de trabalho, sua vivência da prática pedagógica e a receptividade das atividades desenvolvidas. A análise dessas categorias permitiu concluir que as concepções e intenções da amostra se aproximam, em termos de classificação, da concepção tradicional de educação, levando, assim, à reprodução de um padrão sexual conservador. No mesmo sentido, o comparativo entre os sujeitos de escolas de periferia e de centro urbano apresentou indicativos de que a ação educacional desenvolvida acaba reproduzindo, pedagogicamente, os ideais do sistema social dominante.




























DESENVOLVIMENTO DA MOTIVAÇÃO À REALIZAÇÃO NA ESCOLA

CAMPOS, P. M. A. P.; BEHAR, C.
Universidade Estácio de Sá / UNIVERSO

Um dos mais preocupantes quadros da realidade brasileira é, na atualidade, o fracasso escolar; atingindo um grande número de alunos que, por diversos motivos, abandonam o ensino regular ou permanecem no mesmo em condições precárias. Dentre estes motivos nos chama a atenção a influência da baixa necessidade de realização de alguns indivíduos, o que nos faz crer na importância de uma ação que ajude a desenvolvê-la na escola. Uma das possibilidades de ação seria o desenvolvimento da motivação à realização através de um programa específico de curta duração. A motivação à realização foi definida por McClelland como sendo a necessidade que leva os indivíduos a agir conforme padrões de excelência, com grande desejo de sucesso. Assim sendo o presente estudo partiu da idéia de que é possível desenvolver a motivação à realização, supondo-se, com isso, aumentar também o interesse do aluno no processo educacional. Para tanto implementou-se um projeto, baseado em estudos anteriores, de desenvolvimento da motivação à realização em uma escola do Rio de Janeiro. O projeto, estruturado como uma pesquisa experimental, teve a duração de quatro meses sendo realizado em sessões semanais de três horas. As sessões abrangeram conteúdos bastante diversificados, sempre com o objetivo de desenvolver a motivação à realização. Após o término do programa verificou-se um registro significativamente superior da motivação à realização no grupo experimental, sem que o grupo de controle apresentasse variações relevantes. Este fato nos mostra ser possível aumentar a motivação à realização dos alunos e assim contribuir para o desenvolvimento dos mesmos.






















SOCIALIZAÇÃO DE ADOLESCENTES: A INFLUÊNCIA DAS POSIÇÕES SOCIAIS DOS AGENTES

CRUZ, R. M.; CAMINO, C.; COSTA, J. B.; CAMINO, L.
UFPB

Dentro de uma perspectiva psicossociológica, acredita-se que os indivíduos se socializam à medida em que participam ativamente dos grupos sociais, dentre os quais a família é considerada um importante agente socializador. Grande parte dos modelos teóricos sobre a influência dos pais na socialização parte do pressuposto de que eles interagem com seus filhos, através das diferentes situações da vida cotidiana, utilizando-se do afeto e do diálogo, que caracterizam formas de aceitação, e/ou da punição, castigo e privação, que caracterizam formas de coerção. Neste sentido, objetivou-se verificar se fatores clássicos como idade, sexo e tipo de escola freqüentada afetam a maneira como adolescentes percebem a forma como seus pais procuram educá-los. Foram contatados 1378 estudantes de escolas públicas e privadas de João Pessoa/PB, de ambos os sexos, com idades entre 10 e 18 anos, que responderam, coletivamente em sala de aula, à Escala de Socialização Parental (Musitu e García, 1999). As análises dos dados mostraram que, de fato, as formas de intervenção dos pais se organizam em função das duas dimensões propostas: aceitação e coerção. Além disso, observou-se que: à medida em que a idade dos adolescentes aumenta, eles percebem menos aceitação por parte dos pais; os rapazes acham os pais mais coercitivos do que as moças; e o mesmo acontece com os adolescentes que estudam em escolas públicas. Pode-se concluir que a ação educadora de seus pais é afetada pelas características sócio-demográficas dos jovens, o que permite pensar que as formas de socialização são regidas pelas posições sociais dos agentes.





















LUGAR SOCIAL DE COORDENADOR DE GRUPO: ANALISANDO ALGUNS MOVIMENTOS EM CONTEXTO DE FORMAÇÃO DE GERENTES EM SERVIÇO

PEREIRA, R. S.; ZANELLA, A. V.
UFSC

Lugares sociais são instâncias simbólicas, historicamente produzidas, que apresentam aos sujeitos que os ocupam e que com eles se relacionam determinadas pautas de relação em virtude das significações sociais que ali são veiculadas/produzidas/apropriadas. Este consistiu no foco de análise deste trabalho, o qual teve como contexto de investigação um programa de formação de gerentes em serviço e seus participantes, a saber, vinte alunos, dois consultores de áreas distintas de conhecimentos e um monitor. O material coletado, analisado segundo a técnica de análise dialética de conteúdo, consistiu em gravação em fita cassete de depoimentos, fotografias do grupo, imagens em vídeo, produções escritas, anotações feitas pelo monitor e avaliação escrita. As análises apontam que uma das consultoras privilegiou tanto a socialização dos conteúdos previstos quanto as trocas entre os partícipes do programa. Ao assumir esta posição enunciativa, a consultora não só se apropriou das significações acerca deste lugar social como também produziu com o grupo outras significações, principalmente no que concerne à socialização do conhecimento e atenção às necessidades do grupo. A partir do momento em que a segunda consultora assumiu este lugar, impasses foram criados, pois esta não atentava à formação grupal e delegava a socialização dos conhecimentos aos alunos. Além disto, os conteúdos por esta veiculados eram vistos pelos sujeitos como divergentes da postura crítica adotada pelo programa. Esse encontro/confronto de significações sociais tornou-se a mola propulsora do movimento dos sentidos produzidos/veiculados/apropriados naquele contexto, o que redimensionou tanto as relações entre os sujeitos como os lugares que ocuparam.





















AS PRÁTICAS (DES)EDUCATIVAS COM CRIANÇAS DE ZERO A TRÊS ANOS: SEUS SIGNIFICADOS E SUAS ORIGENS

ANDRADE, R. S.; CARVALHO, L. F.
UNESP – Assis

A promulgação da LDB (1996) e a publicação do RCN/I (1998) representam um marco na discussão sobre a finalidade das pré-escolas infantis e das creches. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo analisar as práticas desenvolvidas pelos educadores de duas creches, uma filantrópica e outra pública, no município de Assis, buscando compreender, nas mais recorrentes, o significado que a elas é dado por estes adultos em suas interações com crianças de 0 a 3 anos. Visa, ainda, interpretar estes significados à luz das teorias que fundamentam a aprendizagem e o desenvolvimento infantil. Para alcançar tais metas, levantamos alguns dados sobre as educadoras de crianças da faixa etária acima mencionada das creches a serem pesquisadas; observamos e realizamos registros cursivos das práticas desenvolvidas por elas; e estamos procedendo à categorização dessas práticas. Com os dados obtidos nesta primeira etapa, pudemos constatar que as educadoras das referidas creches destinam a maior parte de seu tempo aos cuidados básicos das crianças do que a um fazer pedagógico. A maior parte delas, conforme pudemos observar até o momento, baseia suas práticas muito mais no aprendizado transmitido ao longo de sua história de vida do que nos conhecimentos adquiridos em sua formação acadêmica. Constatamos ainda, dinâmicas diferentes no desenvolvimento de algumas dessas práticas por parte de cada uma das creches pesquisadas. No decorrer deste ano letivo, serão feitas entrevistas com as educadoras buscando compreender o significado e a origem destas práticas por elas empreendidas, as quais serão analisadas à luz das teorias já mencionadas.






















PROJETO PIPA (PROGRAMA DE INCLUSÃO DO PAI ADOLESCENTE)

NASCIMENTO, R. F.; RENA, L. C. C. B.
PUC – MG / CEIA – MG

O PIPA é um projeto de pesquisa em curso que tem como objetivo proporcionar à adolescentes masculinos e femininos das camadas populares oportunidades de repensar suas experiências quanto à masculinidade e a paternidade visando participar de um movimento de transformação das representações e condutas nestes âmbitos. Tendo como proposta metodológica a pesquisa-ação e o método das oficinas com a recorrência à técnicas diversas, o PIPA propõe a intervenção e coleta de dados junto a três grupos de adolescentes com idade entre quinze e dezenove anos e distintas configurações: um com adolescentes masculinos de vida sexual ativa, outro com adolescentes pais e o terceiro com adolescentes masculinos e femininos. Estando a persquisa em processo não se tem ainda resultados formalizados mas alguns dados apontam para a presença conflitante de representações tradicionais/conservadoras e igualitárias que nem sempre se traduzem em práticas que conduzem à saude sexual e reprodutiva.É também proposta do projeto tornar-se um programa visando a permanência dos objetivos de educação e apoio psicossocial à adolescentes provocados pelos fenômenos da vida reprodutiva e da masculinidade.




























OFICINA DE CONVIVÊNCIA PARA UNIVERSITÁRIOS

BATISTA, C. B.; ALVES, J. C.; FERREIRA, D. G. P.; AFONSO, M. L. M.
UFMG

Nossa experiência descreve um Grupo de Convivência realizado com estudantes universitários, em um total de 10 encontros, durante o primeiro semestre de 2001. O ingresso na universidade geralmente coincide com a etapa do final da adolescência quando vários dilemas se colocam para as pessoas na constituição de sua identidade. Junto às pressões e desafios da formação profissional e da construção de uma identidade adulta, muitas  vezes os jovens se deparam com sentimentos de  solidão e esenraizamento, apresentando depressão e/ou outros problemas emocionais. Nosso grupo se colocou com um grupo de apoio, de reflexão, de relações interpessoais, utilizando a teoria e as técnicas da dinâmica de grupo e do grupo operativo. Mediante divulgação oral e por cartazes, os estudantes interessados se inscreveram. As coordenadoras buscaram dinamizar o processo grupal, levando em consideração principalmente a importância do sentimento de pertencimento, da rede de vínculos e da comunicação e cooperação no grupo, além da rede de transferência, aprendizagem e pertinência. Os participantes se implicaram no processo e o avaliaram positivamente, na medida em que contribuiu para a elaboração de sentimentos e relações vividas nesse momento de suas vidas.



























AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS ALUNOS COM O CURSO DE PSICOLOGIA

RISTOFF, C. D.; OLIVEIRA, A. R.; FERNANDES, A. R.; SANTOS, F. R.; MASSIGNANI, L. R. M.; CRUZ, R. M.
UFSC

A pesquisa avaliou o nível de satisfação dos alunos de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina com seu curso. Participaram 154 alunos, distribuídos do  primeiro ao sétimo semestre, sendo 123 mulheres e 31 homens, com idades entre 17 e 54 anos. Para a obtenção dos dados foi utilizado um questionário semi-estruturado, contendo 10 questões fechadas e 2 abertas, elaboradas a partir dos atributos do construto satisfação. As questões buscaram avaliar até que ponto as expectativas dos alunos estavam sendo atingidas, o grau de interesse e motivação para comparecer às aulas, o comprometimento com a realização de trabalhos e com a leitura, as relações em sala de aula e os fatores que motivam ou desmotivam o aluno dentro do curso. Os fatores motivadores mais citados pelos alunos, compreendendo 50% das respostas, foram os temas da Psicologia, os bons professores e as disciplinas mais dinâmicas e práticas. Os professores desmotivados, inacessíveis e despreparados, e o currículo (organização e oferta de disciplinas) foram identificados por 65% dos alunos como os maiores responsáveis pelo desânimo. A média geral do valor numérico atribuído à satisfação com o curso, em uma escala de 0 a 10, foi 6, sendo que o grau de satisfação diminui significativamente da primeira à sétima fase. A análise das questões subjetivas demonstra a existência de maior número de fatores desmotivadores do que motivadores. Demonstra ainda que os alunos apresentam, em geral, uma postura negativa em relação ao curso.






















ORIENTAÇÃO  SEXUAL EM 1ª `4ª SÉRIES DE ESCOLA PARTICULAR

MASSOTTI, C. B.; LUZ, E. M.; BUETTNER, G. E. P. V.
PUC – Campinas

A sexualidade envolve pensamentos, sentimentos, ações e intenções indo além da reprodução, sua importância sendo fundamental no desenvolvimento e na subjetividade das pessoas. Encontra-se marcada pela cultura e ciência da sociedade, expressa-se com singularidade em cada sujeito e manifesta-se diferentemente em cada etapa do desenvolvimento. A escola, como locus de desenvolvimento da subjetividade, constitui situação privilegiada para intervenções visando promoção e proteção em relação a riscos à sexualidade, sendo este um tema transversal nos parâmetros curriculares do Ensino Fundamental. Essas preocupações fundamentam um trabalho de Orientação sexual desenvolvido em uma escola de Ensino Fundamental, particular, de classe média, em Campinas, com crianças de 6,5 a 12 anos (1ª à 4ª série). O trabalho objetiva contribuir para que os alunos desenvolvam e exerçam sua sexualidade com responsabilidade e prazer. São realizados encontros semanais com as crianças, utilizando técnicas grupais, vivências, atividades lúdicas, literatura infantil (de ficção), e workshops bimestrais com professores e pais. Os temas trabalhados emergem do próprio grupo, e tem incluído: papéis sexuais, relações de gênero, auto-conceito e auto-estima, corpo e aparelho reprodutor, conceito de sexualidade, ato sexual, masturbação, concepção e gravidez. Esses últimos, mais diretamente ligados à questão sexual propriamente dita, surgiram apenas na 3ª e 4ª série evidenciando uma diferença de interesses com a 1ª e 2ª séries. A participação de todas as classes nas atividades é intensa e os alunos lidam espontaneamente com o assunto. Portanto, o trabalho parece estar sendo significativo para as finalidades pretendidas.





















A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO PILOTO DE LINHA AÉREA / AVIÃO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO

LIMA, E. S.
UEL / UNOPAR

O presente trabalho propôs-se conhecer a Representação social do piloto de linha aérea/avião e a conseqüente influência desta para a formação profissional. Representação Social é aqui entendida como o conhecimento do senso comum compartilhado pelas pessoas e estabelecida nas relações cotidianas, determinando a visão de mundo destas, influenciando seus comportamentos. Saberes que acabam por expressar a identidade de um grupo social. Para tal análise resgatou-se a história da aviação e seus pioneiros, como também, os pré-requisitos para a formação profissional atual. Participaram da pesquisa seis alunos do primeiro ano do curso de Ciências Aeronáuticas da Unopar - PR e dois pilotos de linha aérea/avião de empresa de aviação aérea comercial de São Paulo Os dados foram obtidos através de entrevistas com roteiro semi – estruturado com o intuito de nortear as entrevistas. Para a análise dos resultados utilizou-se da técnica de análise de conteúdo. Conclui-se que ocorreram mudanças nas representações sociais do piloto de linha aérea/avião. Com o avanço tecnológico, o avião deixou de estar associado à noção de risco, aventura e superação; como conseqüência mudou também a representação desse profissional, que embora ainda seja movido pelo desejo de voar, não identifica mais a audácia, a coragem como características para o exercício da profissão; aparecendo como características fundamentais para ser um PLA-A, grande conhecimento técnico e prático, administração organizacional e administração de recursos humanos. Isto tem levado o DAC, a propor mudanças na capacitação desse profissional.






















ATENÇÃO PSICOEDUCACIONAL A ADOLESCENTES EM ENTIDADE ASSISTENCIAL

BUETTNER, G. E. B. P. V.; RITER, E.; LORETE, M.
PUC – Campinas

O processo de constituição da identidade, em suas dimensões sexual, profissional e ideológica, consiste em objetivo central no desenvolvimento saudável na adolescência. Para adolescentes em situação psicossocial de risco, esse processo constitui um desafio maior, sendo necessário proporcionar-lhes oportunidade de perceberem seus próprios desejos e necessidades, construírem projetos de futuro pessoal e profissional, de modo a facilitar-lhes a autonomia e cidadania. Visando favorecer esse processo, realiza-se, em uma entidade assistencial, um trabalho grupal com adolescentes de bairro de assentados e favelados. São atendidos dois grupos na faixa etária de 14 a 18 anos. As atividades estão sendo desenvolvidas em encontros semanais de cerca de uma hora de duração, utilizando técnicas grupais, reflexões, e atividades que proporcionam ao grupo vivenciar situações inovadoras e reflexivas. As principais temáticas, que emergiram do próprio grupo, envolveram relações interpessoais, o conhecimento de si próprio, do outro, das escolhas profissionais, buscando ampliar as vivências cotidianas, incluindo aspectos pessoais, expectativas familiares, e contexto sócio-histórico em que se está inserido. Segundo depoimentos dos adolescentes, os encontros realizados já permitem constatar que a interação grupal está possibilitando a constituição de identidade, especialmente na dimensão profissional, e a elaboração de projetos de vida.
























ARTE E BRINCADEIRA: UMA FORMA DE CRESCER E APRENDER

MENDONÇA, J. D. C.; GELAIN, D.; PEREIRA, M.; BOM, R.; SIQUEIRA, M. J.
UFSC

Desde 1999, a Escola Liberato Valentim, situada em Florianópolis, vem recebendo anualmente estagiários do curso de psicologia da UFSC, sob a orientação da professora Maria Juracy Toneli Siqueira. A escola buscou auxílio da psicologia para o enfrentamento de episódios de violência e agressividade entre os alunos. Partindo-se de uma concepção histórico-cultural Vygotskiana de sujeito, procurou-se atuar na escola, primeiramente com a atenção de não descaracterizar a rede de relações sociais desse contexto. Atendendo a principal solicitação feita pela escola, uma das estratégias adotadas foi a constituição de dois grupos de alunos divididos por idade, que se encontram semanalmente por uma hora e meia. Nos encontros, busca-se a construção de novos modelos de relação e de cooperação, novos desempenhos de papéis, um novo espaço para externalizar sentimentos, como também, um momento para se trabalhar as funções complexas. Como forma de trabalho nos grupos, utiliza-se jogos corporais, atividades físicas e artísticas, como também em alguns momentos, passeios pela comunidade ou a algum outro local que vá ao encontro dos objetivos propostos. Os trabalhos são fundamentados pelo Psicodrama de J.L. Moreno. Os trabalhos vêm sido bem avaliados pelo coletivo da escola que, anualmente, renova a solicitação da permanência da equipe de estagiários. O que se pode depreender, nestes dois anos e meio de atividades, é que, progressivamente, uma parceria profícua vem se consolidando, rompendo com os conhecidos lugares comuns que historicamente atravessam os contextos escolares, marcados por processos de marginalização e exclusão.























INTERLOCUÇÕES EM SALA DE AULA:PROCESSO TRANSFORMADOR DA REALIDADE SOCIAL

BATISTELA, L. B.; MANSANO, S. R. V.
UEL

Este trabalho possui o objetivo de relatar uma experiência em monitoria validada na Universidade Estadual de Londrina. Esta consiste numa atividade complementar de ensino na qual o aluno pode acompanhar o docente nas atividades didáticas em sala de aula. Ao monitor, que já cursou a disciplina, é atribuído auxiliar o professor e os alunos em trabalhos teóricos, práticos e experimentais. No decorrer do acompanhamento da disciplina de Psicologia Social I, um fato que chamou a atenção foi que alguns alunos, com os demais colegas e com o docente se destacaram por questionamentos críticos levantados e de diferentes formas  mantiveram uma interlocução potencializadora. Corroborando as idéias propostas do Educador Paulo Freire, contatamos a necessidade que o mesmo aponta sobre o processo de ensino-aprendizagem crítico, onde o comprometimento com a transformação da realidade social esteja presente também em sala de aula. Constatamos que os alunos ao apresentarem falas críticas, exemplos cotidianos e mesmo o silêncio, colocaram-se como agentes transformadores desse processo de aprendizagem; redirecionando as aulas ao trazerem sua realidade para ser analisada sob diferentes perspectivas, possibilitaram também a produção de novos conhecimentos. A relação unilateral do conhecimento onde o professor (ativo) vai em direção ao aluno (passivo), também foi observada e em muitos momentos percebida que esta forma instituída é ainda desejada por uma parcela significativa tanto de professores quanto de alunos. Entretanto, relataremos as diversas estratégias pelas quais essa unilateralidade foi rompida pois no momento em que os alunos entraram em contato com específicos referenciais teóricos, enfrentaram incômodos e abriram espaços para emergentes embates e discussões.



















ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO ESTRUTURADO "TEACCH" EM INDIVÍDUOS AUTISTAS

MICHELS, L. M.; LEIRIA, J. A.; TEIXEIRA, S. M. P.
UNIVALI

Trata-se de uma pesquisa qualitativa levada a efeito em instituição voltada à educação especial (Instituto “Professor Manoel Boaventura Feijó” – APAE). O objetivo principal do trabalho foi o acompanhamento da implantação e do desenvolvimento do método estruturado TEACCH – Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficit Relacionados à Comunicação) em determinada turma de alunos portadores de autismo. O método em questão é voltado para um desenvolvimento do indivíduo num sentido psicoeducacional, o que propicia aos alunos a percepção, por si próprios da existência de padrões a serem seguidos e do desenvolvimento das habilidades úteis e significativas para uma vida melhor. A metodologia adotada na pesquisa referiu-se a observação participante no meio ambiente, abrangendo alunos, professores e atividades pedagógicas, com o objetivo de verificar a eficácia do método nas tarefas realizadas na instituição. Verificou-se uma mudança de entendimento quanto ao trato do portador de autismo, considerando que a instituição norteia seus procedimentos através da visão sócio-histórica, enquanto o método TEACCH traz em seu bojo uma gama de técnicas comportamentais. Pôde-se concluir que o método está sendo gradativamente implantado, de forma lenta, mas já produzindo efeitos: os educandos estão mais estruturados, respondem melhor  à rotina da classe, tiveram alguns comportamentos estereotipados extintos enquanto obtiveram outros mais adequados. Considerando que o método ainda está em implantação, os dados colhidos ainda são incipientes, sugerindo-se, portanto, que a instituição continue promovendo estágios locais que possam dar uma seqüência ao presente trabalho.

 
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