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15 de May de 2006
CATADORES DE CARANGUEJOS, PESCADORES DE ITAOCA E SEUS FAMILIARES: MAPEAMENTO DE UMA COMUNIDADE QUE RESIDE A BEIRA DA BAÍA DE GUANABARA

ELEUTHERIO, E.; LOPES, B.
UNIVERSO

A UNIVERSO possui em seu campus São Gonçalo, o Laboratório de Pesquisa – Projeto Mangue, que atua junto a comunidade de catadores de caranguejos, pescadores e moradores da região em Itaoca. Esse Projeto, já conta com mais de 10 anos de atuação e tem implementado ações frente aos manguezais cercados pela Baía de Guanabara. O Projeto Pesquisa em Psicologia Ambiental tem como objetivo geral o estudo dos comportamentos humanos que regem a comunidade atendida pelo Projeto Mangue, visando o reconhecimento de suas motivações, hábitos, percepções, entre outros, e utilizando os referenciais da psicologia na compreensão da interação do indivíduo com os aspectos do meio ambiente. Para tanto, o  mapeamento desta população fez-se necessário como passo inicial de estudo das diferentes relações e interpretações que tal comunidade realiza em termos de desenvolvimento sustentável e sua sobrevivência cotidiana.
 
AMORECO: UMA NOVA FORMA DE EDUCAR

ANDRADE, A. P. M.; MORALES, A. G.; FIUMARI Jr., R.
FURG/RS

No caos em que estamos sobrevivendo neste fim de século, vozes estão se erguendo para apontar novos caminhos que nos permitam sair de situações difíceis, muitas delas aparentemente irreversíveis. A educação ambiental, reconhecida como uma destas vozes, deve ser entendida como uma educação política, que reivindica e prepara os cidadãos para exigirem justiça social,  cidadania nacional e planetária, auto-gestão e ética nas relações sociais e com a natureza, conforme argumenta Reigota. Frente à problemática sócio-ambiental, todo ser humano está sendo chamado a ser humano está sendo chamado a ser um educador ambiental, a refletir sobre o futuro do planeta, que por conseqüência é seu próprio futuro e, que garantirá senão a sua, a vida de seus filhos.  O presente trabalho teve por objetivo principal multiplicar informações que possibilitassem um novo reconhecimento do homem em relação ao seu meio, colocando-o em posição favorável ao seu desenvolvimento. Para tanto foi utilizada uma abordagem metodológica baseada nos princípios da educação ambiental, onde a ênfase é colocada no sentir como forma de educar. Concluiu-se que os participantes mostraram-se integrados e envolvidos nas atividades sugeridas, permitindo um melhor entendimento dos temas abordados. Os resultados, obtidos através de questionário e contato diário com os participantes, revelaram o interesse nos temas abordados e maior sensibilização para o trabalho com os mesmos. Ainda, observou-se um aprofundamento do entendimento sistêmico das relações do homem com o meio.
 
PSICOLOGIA AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE URBANA

LIMA, C. P.
UFC

A presente pesquisa foi financiada pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC, CNPq e realizada pelo Núcleo de Psicologia Comunitária da UFC. Situou-se dentro da problemática do desenvolvimento local e sustentável do meio urbano, enfocando a dimensão subjetiva do recurso lixo e a identidade de lugar, como aspectos essenciais para este desenvolvimento. Tem suas bases na Psicologia Ambiental, caracterizando-se como uma área que pode contribuir para o desenvolvimento sustentável das nossas cidades, buscando a modificação do espaço físico-social de uma realidade social com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população. O objetivo geral foi estudar a relação entre identidade de lugar, significado e uso do recurso lixo no Bairro N. S. das Graças do Pirambu. Trata-se de um bairro periférico situado à beira-mar de Fortaleza, Capital do Ceará, com uma população de 20.166 habitantes. A investigação foi realizada com 191 mulheres adultas. Escolheu-se esta população por fazer parte de um bairro de longa história de participação comunitária, no qual as mulheres têm grande participação como líderes. Os dados foram analisados e discutidos qualitativa e quantitativamente. Verificou-se uma forte identidade de lugar, na qual a população sente-se pertencente aquele bairro. No entanto, não é capaz de apropriar-se dele para transformá-lo. Os moradores possuem um acentuado comportamento sustentável em relação ao lixo, visto ser este recurso uma fonte de renda para muitos através da reciclagem. Apresentamos este estudo como uma contribuição teórica à Psicologia Ambiental, como um conhecimento necessário às estratégias de urbanização e desenvolvimento local.
 
POPULAÇÕES TRADICIONAIS DA CHAPADA DIAMANTINA E O FLUXO DE DETERMINAÇÃO DAS ÁGUAS:  UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE SENTIDOS

CRUZ, M. T. S.
PUC/SP

Enquanto construção social, o “lugar” (Spink, 200) confere outros “olhares” para a discussão da processualidade cotidiana. No presente trabalho este ponto pretende-se crucial no entendimento de uma “Psicologia Social do Semi Árido”, onde há pretensão de refletir para a construção de  uma Psicologia que possa compreender as populações tradicionais do Semi-Árido do Nordeste Brasileiro.  Entende-se com isso que não se pode estudar os Sertões, sem especificá-lo “localmente”. Porque não se pode falar em Sertão, como se dentro deste conceito coubessem as diversidades naturais e humanas. Há que se pensar sobre como os habitantes deste espaço lidam com ele e quais as nuances que tanto diferenciam, por exemplo, os habitantes dos brejos, dos habitantes dos agrestes. Da mesma forma, a própria noção de caatinga, deve ser pensada também em termos de diversidades, porque não há uma só caatinga, mas diversas, cujos habitantes compreendem e vivem esta diversidade. Diversidade essa que determina o fluxo de povoamento da região e marca os espaços de habitação, muitas vezes concentrando em torno de brejos, alguns povoados ou espaçando a ocupação, como no caso das caatingas. Destino fortemente marcado pelas relações de poder, marcadas com igual força, pelo fluxo de determinação das águas, onde sua presença confere poder ao seu controlador. Quando da ausência ou escassez total da água, a vida corre por meio de arbustos e caatingas, em trilhas que vão dar no asfalto, em busca das cidades grandes. Iniciando assim, uma rede de imbricamentos e destituições, criando um círculo de exclusão, talvez mais perverso do que viviam nos sertões.
 
VIDA NO CAMPUS: PSICOSSOCIOLOGIA E INTERDISCIPLINALIDADE

PINHEIRO, D. M.; RODRIGUES, A. C.; MONTEIRO, C. P.; SANTOS, D. L.; WERNECK, L.; SILVA, E. B.; ERDY FILHO, P.
UFF

A preocupação com o ambiente e sua relação com a saúde e qualidade de vida humana, apesar de ter crescido, carece ainda de um número maior de experiências. A proposta do Projeto Vida no Campus é trabalhar com algumas formas de intervenção psicossociológica no contexto do Campus Universitário do Gragoatá, um campus urbano localizado na orla da baía de Guanabara. Busca-se identificar, por meio de informações obtidas da comunidade, os problemas ambientais e sociais do campus e construir uma agenda de prioridades que permita uma intervenção possível e contextualizada. O objetivo é sensibilizar a comunidade do Campus de que a solução de questões ambientais é capaz de produzir uma melhoria de qualidade no espaço de trabalho. E da importância de integrar atividades acadêmicas à administração do campus, e trabalhar no campo da interdisciplinalidade com a Biologia na preservação da fauna e flora, a Engenharia, a Arquitetura nos cuidados com a estética e paisagem, a Comunicação e, principalmente, a Psicologia Social e Ambiental, nossos referenciais teóricos. O trabalho é realizado por pesquisa-ação, através de entrevistas, questionários, seminários, palestras e comunicação entre os segmentos do Campus. Os resultados são observados na maior participação da comunidade, no recente envolvimento da Prefeitura do Campus com o projeto, na implantação de uma nova disciplina com conteúdo de Psicologia Ambiental e na transformação do projeto em um mediador entre administração e vida acadêmica.
 
PSICOLOGIA AMBIENTAL

GESSER, M.; LUCIANI, E. H.; SCHMEIDER, E. C.; WEINGARTNER, R.
FURB

O homem é parte inseparável do ambiente em que vive, e o convívio com este foi e continua sendo um fator decisivo para a sua condição de ser, condição esta que é física e psicológica, pois sua subjetividade é algo concreto que se constrói e se modifica à medida que o homem constrói e modifica o meio ambiente em que vive. O presente trabalho teve como objetivo estudar a Psicologia Ambiental, seu histórico, características principais e o foco a partir do qual ela vê o homem no seu ambiente. A obtenção dos dados da pesquisa foi realizada através do levantamento bibliográfico. A psicologia ambiental tem como proposta conceber o espaço humano, e a relação deste com os sujeitos. Tem como principais características os seguintes aspectos: a abordagem gestaltica; a relação recíproca; a psicologia social; interdisciplinaridade; o fato de ser multimetodológica e a pesquisa-ação. Nas décadas de setenta e oitenta a Psicologia Ambiental se consolidou no âmbito da psicologia brasileira. Atribui-se isto ao aumento dos problemas ambientais, provocados principalmente pela explosão demográfica, a urbanização, o desenvolvimento tecnológico, o consumo desmedido, o mau uso dos recursos energéticos não renováveis e a necessidade de se compreender o ser humano como parte integrada de toda essa problemática. E considerando-se as relações comportamento/ambiente como foco, concluísse que o campo da psicologia ambiental é amplo, podendo-se dizer que qualquer relação humana em seu ambiente torna-se campo de estudo para a área.
 
A "DOCE MEDICINA" - OS 4 ELEMENTOS E A ÁRVORE PSÍQUICA

BERNARDO, P. P.
UNIP

Esse poster apresenta fotos acompanhadas de fundamentação teórica de diferentes recursos vivenciais e expressivos relacionados aos 4 elementos:Terra, Água, Fogo e Ar, baseados na concepção indígena da "Roda da VIda" e em sua "Doce Medicina", utilizados no trabalho de Ecologia Profunda com Grupos Expressivos realizados tanto em consultório (SP) quanto fora do espaço urbano, junto à Natureza (Aiuruoca - MG), discutidos e analisados na minha tese de doutorado (2001, IPUSP). Partindo do referencial da Psicologia junguiana, podemos relacionar os 4 elementos com forças constitutivas e estruturantes do crescimento psíquico. A dinâmica do desenvolvimento envolve o eu, o outro e o mundo numa mesma trama, a qual interliga todos os seres como como num jogo de espelhos em que vamos formando nossos rostos e identidades a partir da interação e relacionamento significativo com os "outros de nós" (homem, planta, pedra, animal...). Acercamo-nos da grande "Árvore da Vida" para dela retirarmos as sementes do alimento psíquico de que necessitamos para desenvolver-nos, e podemos construir nela um ninho que acolha e amadureça os germes de nossas potencialidades latentes, dando-lhes uma forma condizente com nossa realidade, atualizando-as. Recorremos ao Fogo para fecundá-las e à Água para gerá-las e alimentá-las, presentificando novas possibilidades existenciais que, postas no mundo, possam nos alçar em vôo, desvelando novos territórios e expandindo nossos horizontes.
 
REVENDO A QUESTÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO DOS ALARMANTES DESAFIOS SOCIOAMBIENTAIS

RIBEIRO, R. I.
IPUSP / ICH-UNIP

Tendo constatado (1) os alarmantes índices de desenvolvimento humano no Brasil; (2) que até mesmo as áreas de Reserva da Biosfera têm sua sobrevivência ameaçada, dada a acelerada degradação ambiental: (3) a ausência ou ineficiência de educação e gestão ambientais; (4) a urgente necessidade de adotar medidas para controle da situação; (5) problemas comuns demandam ação coletiva; (6) o desenvolvimento do Terceiro Setor; (7) o grande potencial da ação inter, multi ou transdisciplinar e (8) a indispensável formação de parcerias e networks para agir coletivamente, procuramos refletir sobre as necessidades de rever a questão da identidade profissional do psicólogo. (1) contribuir para a reflexão sobre identidade profissional do psicólogo (2) participar do encaminhamento de propostas de ação em âmbito acadêmico, de modo a favorecer a formação de profissionais capazes de enfrentar novas demandas do panorama socio-econômico e ambiental. Sucessivas negociações entre a universidade e parceiros possíveis - ONGs e Secretarias municipais e estaduais; Revisão da literatura especializada; entrevistas com coordenadores, docentes, supervisores, pesquisadores e alunos da UNIP e de outras organizações de ensino superior. Resultou da análise dos dados, a criação de uma área de estágios em Psicologia na Universidade Paulista - UNIP, denominada Intervenção Socioambiental. Promissor nicho de trabalho possibilitará, além da consecução dos objetivos acima enunciados, (1) a prestação de serviços relevantes e de boa qualidade ao meio ambiente e à população de baixa renda; (2) o desenvolvimento de pesquisas para ação em contexto brasileiro.







A ARTE CAMINHANTE DO GRUPO RODA DE VIOLA

SILVA, E. R.
FURB

O trabalho aqui apresentado é uma coletânea dos oito meses de atuação no Serviço de Atenção à população de/na Rua – Programa Superação – da Secretaria Municipal de Assistência Social de Blumenau. Seu eixo central são os momentos de construção do grupo “Roda de Viola”, as atividades nele desenvolvidas, e a exposição das obras de arte dos moradores de/na rua que dele participaram. O grupo reunia-se toda Sexta-feira à noite no Albergue da cidade. Cada encontro teve uma duração média de duas horas, sendo que a freqüência de público variou entre quatro a vinte e sete atores. Em busca de olhares desnaturalizantes destas relações, cuja realidade é o movimento, tornou-se necessário empregar conceitos, não menos caminhantes, como o de ‘nomadismo’ de Deleuze & Guattari, o de ‘grande saúde’ de Nietzsche, ‘conserva cultural’ e ‘tele’ de Moreno, e ainda algumas técnicas de aquecimento do psicodrama. Embora muitas transformações tenham acontecido, no âmbito das práticas psicológicas, a palavra ainda continua sendo a via de comunicação mais aceita. É neste sentido que o ‘Roda de Viola’ vivencia sua diferença. Ao propor aos seus participantes uma experiência de relações não habituais, na qual privilegiou-se as linguagens da arte,  permitiu aos sujeitos envolvidos transcenderem o campo verbal e relacionarem-se com o mundo de maneiras outras. Algumas destas relações, inventadas através da arte, estão registrados e são apresentadas em forma de músicas, paródias, desenhos, poesias, etc.
 
A ARTE DE BRINCAR E VIVER

ROCHA, M. A.
UNISC

A partir da realidade observada em uma escola pública do município de Santa Cruz do Sul, na qual estagiava em Psicologia Escolar, e de constantes queixas das professoras  do ensino fundamental, em relação ao comportamento dos (as) alunos (as), bem como uma grande demanda de atendimentos individuais, relacionados à agressividade, dificuldades de trabalho em grupo, discriminação e preconceito, etc.  Implementou-se um projeto com o propósito de criação de um espaço de reflexão sobre a realidade da criança e de seu contexto, onde tais demandas pudessem ser tratadas coletivamente e, desta forma, se buscasse um posicionamento crítico e consciente. O público alvo eram crianças entre cinco e nove anos de idade  e a forma de intervenção foi através da  via lúdica, como instrumentos, jogos cooperativos, música, teatro, estórias, esportes e brincadeiras, foram propostos; buscando sempre respeitar a realidade e as vivências das crianças. A arte surgiu como uma via muito eficaz de interação e superação de dificuldades. A música, o teatro, a literatura, foram instrumentos de um personagem que trabalhou/brincou com os alunos (as) e professores(as) e de certa forma trouxe uma nova possibilidade de enfrentamento e solução dos conflitos. Jujuba o “Contador de Histórias”, não demorou para perceber os resultados, professores (as) e alunos(as) demonstraram mudanças em suas relações e em suas atuações, reconhecendo-se desta forma, a arte como possibilitadora de expressão e de quebra nos padrões rígidos de funcionamento de atores e instituições e um caminho para o resgate da afetividade e do real sentido do viver – o brincar.
 
PROJETO PRESENTE

SOARES, R. M.
PUC – MG

INTRODUÇÃO: O homem é um ser social. Pela convivência desenvolve o potencial intelectual, afetivo e, o psicossocial. Mas, esses processos de produção da subjetividade podem ser reproduzidos de acordo com uma ideologia dominante. É preciso propiciar uma situação que gere acontecimentos novos onde o indivíduo busque uma saída própria, e resgate da sua experiência algo que transforme a realidade. OBJETIVOS: Investigar o processo de auto conhecimento e de mudanças sócio-afetivas no relacionamento entre crianças que moram numa localidade que vem recebendo influências culturais devido ao turismo ecológico. Buscar junto ao grupo, uma re-apropriação do saber acerca de si mesmos, de suas necessidades, desejos, demandas, problemas, soluções e limites. METODOLOGIA: 20 sujeitos de 08 a 14 anos, de ambos os sexos, todos moradores da Cerra do Cipó. As oficinas de psicologia foram realizadas através da técnica do sociodrama e de dinâmicas que buscavam a identidade cultural local. Essas dinâmicas eram realizadas com músicas, teatro e brincadeiras. RESULTADOS: Diante de situações novas apresentadas, os sujeitos exteriorizaram seus conhecimentos: construindo teatro, brincadeiras e se interagindo de forma a se posicionarem diante do lugar onde moram, do próprio nome e do projeto que estavam participando. DISCUSSÃO: Estando a oficina de psicologia inserida dentro de um projeto de produção artística, ficou claro que assim como a arte significa um contato com o mundo, a palavra também possibilita uma interação social que aproxima e permite uma produção de conhecimento. CONCLUSÃO: Os indivíduos do grupo se interagiram através das atividades trazidas pelos coordenadores, permitindo assim um possível agenciamento no qual se colocam como principais agentes de transformação.
 
CRIATIVIDADE E CONSTITUIÇÃO DE SUJEITO EM CONTEXTO DE ENSINAR E APRENDER: UMA ANÁLISE À LUZ DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL

REIS, A. C.; ZANELLA, A. V.; FRANÇA, K. B.; ROS, S. Z.
UFSC

O presente trabalho visa contribuir com as reflexões sobre o processo de constituição do sujeito em contexto de escolarização formal, tendo como eixo de análise a criatividade. Pressupostos da psicologia Histórico-Cultural foram escolhidos como referencial teórico, posto que possibilitam abordar o criar tanto como conceito a ser apropriado, como atividade produtora de subjetividade. A partir de entrevistas semi-estruturadas, episódios registrados em vídeo e produções escritas, foi possível compreender os lugares sociais de professor e alunos na produção/socialização/apropriação de conhecimentos, lugares estes resultantes de situações onde o diálogo se constitui como fundamento. Das relações sociais múltiplos sentidos afloraram, com destaque para a elaboração social do conhecimento e o contato do aluno com as próprias produções, o qual foi possível compreender, nesse contexto, como inexoravelmente mediado. Portanto, a singularidade se constitui via intersubjetividade e mesmo a obra artística, apesar de aparentemente materializar aspectos referentes única e exclusivamente ao seu criador, revela-se como criação multifacetada, constituída a partir de conteúdos sociais. Sendo assim, foi possível perceber o processo de (re) significação pelos sujeitos do fazer arte, bem como dos processos de ensinar e aprender, pois à medida em que as mudanças ocorriam, modificações nos próprios sujeitos e movimentação grupal também eram produzidas.








A CONDIÇÃO DO IDOSO NUMA INSTITUIÇÃO ASILAR DA CIDADE DE ASSIS

DEL GHINGARO, F. L.; MELO, R. L. P.; ALBUQUERQUE, S. C.; FATORE, A. F. P.
UNESP – Assis

O presente trabalho é um relato da experiência de estágio na disciplina de Psicologia Comunitária, junto à instituição asilar "Asilo São Vicente de Paula", situado na zona rural da cidade de Assis, durante o segundo semestre do ano letivo de 2000. Nossa inclusão no cotidiano asilar trouxe, a partir das observações e da escuta dos idosos, a dinâmica instaurada neste ambiente de exclusão social e seu reflexo no corpo do idoso. A relação entre instituição-funcionário-idoso é marcada por uma rotina rígida, em função de critérios estabelecidos por uma direção ausente que, posteriormente, são empregados por funcionários despreparados em lidar com as demandas advindas da condição da velhice. O idoso tutelado sob estas condições vê-se capturado pela monotonia das situações repetitivas, tendo seu desejo submetido à tutela, a deserotização (destituição do prazer), as relações de dominação, causando um enfraquecimento de sua autonomia, fazendo, então, com que esta ordem instituída se cristalize nesse processo de mortificação. O que resta a esses corpos é produzir uma fuga coletiva, através da religiosidade, ou da singularidade da doença. Nosso contato com essa realidade deu margem a várias questões a respeito da dinâmica institucional, os mecanismos de exclusão social, a subjetividade produzida dentro da instituição, enfim, pensar e discutir a função social do asilo.
 
A PERCEPÇÃO DE PAIS DE CRIANÇAS EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO INFANTIL SOBRE SEU DESENVOLVIMENTO: TEMAS PARA REUNIÕES

GUZZO, R. S. L.; ANDRADE, C. B.; KAMBUY, K.; GAZELL, T. F.; HASS, T.; LAICINE, S. P.; MAGALHÃES, M. S. S.; SILVA, M. P. C.; TIZZEI, R. P.; VALLI, C. M. M.; ZEMEL, G. S.
PUC – Campinas

Este trabalho, parte de um projeto de intervenção preventiva em comunidades, foi desenvolvido com 35 pais envolvendo crianças de um a sete anos em dois bairros da periferia de Campinas. Teve como objetivo avaliar a percepção destes sobre o desenvolvimento de seus filhos e conhecer suas preocupações em relação ao assunto. O procedimento contou de entrevistas com pais para responderem a um questionário sobre as características do desenvolvimento infantil nas dimensões: motora/sensorial; fala/linguagem; habilidades escolares; social/emocional/ comportamental; experiências de vida e informações sobre a saúde da criança. As entrevistas foram analisadas dentro de cada dimensão e foram identificados os problemas mais apontados. Os resultados mostram que os temas mais freqüentes se referiram ao desenvolvimento emocional, social e comportamental da criança. A maioria dos pais considera seus filhos como tendo boa ou excelente saúde, mas afirma que a criança necessita de ajuda em seu desenvolvimento nestas outras áreas, atribuindo às crianças comportamentos em sua maioria negativos ou difíceis de se lidar, tais como: desobediência, nervosismo, teimosia, agressividade, agitação etc. Além disso muitos demonstram preocupações com desenvolvimento da fala, alimentação e sono da criança. Grande parte das mães entrevistadas também relatou dificuldades na gravidez e no relacionamento conjugal, questões estas que embora não estivessem incluídas no questionário apareceram significativamente nas entrevistas realizadas.
 
A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA NA PRÁTICA

BUCHAIM, F. C.
PUC – Pelotas

Foi realizado um trabalho prático na área de Psicologia Comunitária, no primeiro semestre do ano de 2000 em um Centro de Atenção Psicossocial - CAPS, da rede municipal da cidade de Pelotas - RS. Esta instituição atende portadores de sofrimento psíquico moderado e grave. Trabalhou-se com o objetivo de proporcionar aos usuários do CAPS dinâmicas lúdicas grupais, possibilitando assim a eles, o desenvolvimento da consciência de si mesmos e conseqüentemente uma integração mais harmoniosa com os grupos em que estão inseridos e com suas famílias, ou seja, um melhor convívio social. evidente a necessidade de uma atividade comunitária, onde principalmente a clientela atingida, tem um nível sócio econômico baixo, sem motivação para buscar a satisfação das suas próprias necessidades e perspectivas de vida, pois, ainda que pareça absurdo, os portadores de sofrimento psíquico são muitas vezes excluídos pela sociedade. Pode-se observar pontos importantes no local, tais como a valorização do ser humano, o estímulo ao exercício da cidadania, a participação integral dos usuários às atividades propostas e a ética e a confiabilidade dos profissionais.
 
EFEITOS DA ORGANIZAÇÃO PRISIONAL SOBRE TRABALHADORES

LOPES, C. L. A. S.; OLIVEIRA, S. F.; BARROS, A. L.; CHIES, L. A. B.; TEIXEIRA, V. A.
PUC – Pelotas

Resultados obtidos em estudo com agentes penitenciários do Presídio Regional de Pelotas apontaram para a existência de situações e elementos decorrentes de sobrecargas emocionais e físicas originadas pelo contato absorvente com o ambiente organizacional penitenciário. Os sentimentos e sensações referidos pelos entrevistados são inerentes tanto em face do vínculo e inserção dos indivíduos com a instituição penitenciária (enquanto instituição de seqüestro) - e assim com mais intensidade ao grupo recluso - como também são inerentes às dinâmicas de relação e interação entre os grupos sociais que em tal ambiente convivem, sobretudo na relação e interação dos membros dos grupos que assim (numa situação de reclusos) mantém aqueles. Os efeitos de sobrecargas podem ser vistos em sintomas de "desajustamento" e "afetação da sociabilidade", no desenvolvimento de doenças psicossomáticas. Tais dados, que entendidos como efeitos nos impõem a aceitação e o desvelar de uma causa (ainda que não única), reforçam-nos a plausibilidade de se considerar como verificada a relação entre as sobrecargas (físicas e emocionais) experimentadas pelos Agentes Penitenciários em suas rotinas de trabalho, e portanto em seu contato absorvente com a instituição prisional, e os sintomas de sofrimento físico e psíquico que igualmente experimentam.
 
ADOLESCENTES INFRATORES: UM ENFOQUE PSICOSSOCIAL DA REALIDADE

SANTOS, L. M.; TODESCHI, M. S.; MEROS, M. M.; FERNANDES, N. Z.; SILVEIRA, A. F.
PUC - PR

Tendo em vista o alto índice de criminalidade infanto-juvenil no Brasil, foi desenvolvida uma pesquisa sobre os fatores que cercam o comportamento de adolescentes autores de ato infracional. O objetivo desta investigação foi compreender como as relações psico-afetivas e familiares dos adolescentes podem influenciar seu comportamento, levando-os à infração. Considerou-se, portanto, o meio de socialização em que os participantes da pesquisa estão inseridos, a organização social, política e econômica do país e o fato de encontrarem-se em uma das fases mais conturbadas do desenvolvimento humano: a adolescência. A metodologia utilizada constitui-se de grupos de discussão formados por adolescentes mantidos no Serviço de Atendimento Social, instituição de internamento provisório do Governo do Estado do Paraná, que integra o Centro Integrado de Assistência ao Adolescente Infrator, na cidade de Curitiba/Paraná. O conteúdo das discussões foi analisado de acordo com categorias temáticas, apontando que a estruturação familiar é uma das variáveis mais relevantes nesta questão. Outros aspectos citados pelos participantes dizem respeito aos relacionamentos interpessoais/grupais e aos referenciais sociais, políticos e econômicos da realidade brasileira. Os pesquisadores observaram que as ideologias e representações sociais inerentes ao contexto social desses adolescentes podem contribuem para a elaboração de valores que, para serem mantidos, estes jovens acabam tornando-se autores de ato infracional.
 
ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA NO PROJETO GIRASSOL E NO NÚCLEO FORTUNATO ROCHA LIMA – BAURU

VIEIRA, A. C. L.; GRANDIN, L.; GANUZA, B. M.; FORTUNA, F.; MITSUKO, M.; UGA, D.; TEMPLE, G.; ZONTA, C.
UNESP - Bauru

O presente trabalho se caracteriza por uma intervenção da Psicologia social comunitária direta na comunidade. Psicologia social e comunitária esta, fundamentada na leitura social histórico-crítica apontada pelo materialismo histórico dialético em que a sociedade é compreendida dividida em classes e que através das categorias de análise, como a consciência, se propõe a intervir instrumentalizando os indivíduos pertencentes a classe oprimida ao exercício de sua cidadania, enquanto produtores de sua própria história e transformadores de sua realidade. A comunidade abrangida no projeto é a pertencente ao bairro "Fortunato Rocha Lima", núcleo habitacional resultado de um projeto de desfavelamento da cidade, que apresenta como principais problemas o desemprego (2/3 da população), o preconceito, a falta de escolaridade e a fome. Objetivamos neste o desenvolvimento da identidade psicossocial que possibilite o indivíduo o exercício de sua cidadania. Utilizamos como metodologia o planejamento participativo, atuação proposta em dois momentos: a de investigação da cultura e principais problemas do bairro e a de formação de grupo reflexão-ação denominado núcleo orgânico que desemboca na assembléia do bairro. Utilizamos como estratégia de desenvolvimento da consciência as etapas: ver, julgar e agir (realidade objetiva e subjetiva). O trabalho tem a duração de um ano e já obteve como resultados o projeto de urbanização do bairro que aborda questões como lixo, posto de saúde e arborização,o projeto POMTE que se constitui na grupalização de desempregados capacitando criticamente para a realidade social e projeto biblioteca em que a biblioteca da escola do Projeto Girassol se abre à comunidade.
 
CAMP- MANGUEIRA: DA EXCLUSÃO À SOCIALIZAÇÃO

MARQUES, L. R.
UVA

O indivíduo quando nasce, não é um membro da sociedade, apenas está predisposto à sociabilidade que parte do ponto da interiorização da realidade, onde ele começará a compreender seus semelhantes e o mundo no qual está inserido. Existe uma grande diferença entre a realidade aprendida na consciência individual e a institucionalmente definida, ou seja, o indivíduo oscila entre sua realidade objetiva e a tentativa de conservação da realidade subjetiva. O projeto Camp-Mangueira, teve início há doze anos, tendo como ideal socializar os jovens de comunidades carentes, ocupando o tempo dos adolescentes com qualidade ou seja, tirando-os da ociosidade do dia a dia que favorece a marginalidade. Os patrulheiros que entram para o Camp (por escolha própria), na faixa etária de 14 a 16 anos, têm como pré-requisito sua permanência na escola e a continuidade dos estudos. No Camp eles assistem aulas de Dinâmica de Grupo, Informática, Técnicas Empresariais, Higiene... e ao final do curso (duração de 4 meses), são encaminhados para estágios laborativos em empresas credenciadas, onde são remunerados e acompanhados mensalmente pela equipe de psicologia do Camp. São formados, por curso, aproximadamente 250 jovens sendo 50% deste número, moradores da Mangueira. A inclusão é favorável ao desenvolvimento social com necessidades específicas. A prática da inclusão é baseada no direito de pertencer e depende da cooperação de atitudes positivas. Talvez assim consiga-se viver em uma sociedade justa e socializada.
 
CONFLITOS ENTRE ADOLESCENTES, EM CONFLITO COM A LEI, DE GRUPOS RIVAIS: A BUSCA PELA MINIMIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA

PEREIRA, F. R. P.; SILVA, R. C.
USP – Ribeirão Preto

Introdução: A crescente preocupação com a prática de atos violentos entre adolescentes internos na FEBEM-RP, mesmo durante seus períodos de internação, motivou a realização deste estudo que visou compreender como são formados grupos antagônicos aos quais pertencem esses jovens e seus modos de funcionamento na sociedade e dentro da instituição. Metodologia: abordagem adotada foi qualitativa, com enfoque compreensivista que privilegia os pontos de vista dos participantes. Para tanto foram realizadas entrevistas individuais com 12 adolescentes, do sexo masculino, com idades entre 15 e 18 anos. Como instrumentos complementares foram utilizadas notas em diário de campo e transcrições de sessões grupais. Resultados: segundo os relatos dos participantes, as brigas acontecem pela formação de grupos que moram nos mesmos bairros, que hostilizam grupos de outros bairros e que já vêm ao longo do tempo, sustentando rivalidades. Dentro da instituição as brigas entre jovens ocorrem e a rivalidade é sustentada mesmo que a maioria deles não saiba os motivos que as ocasionaram. As rivalidades entre bairros acontecem por: a) disputas territoriais do tráfico de drogas; b) cobiça pela mulher do próximo; c) delação de delitos; d) roubos de pertences; e e) disputas de poder dentro da FEBEM . Fora da Instituição os adolescentes resolvem suas rivalidades perseguindo e trocando tiros com seus inimigos e consideram remota a possibilidade de conviverem pacificamente com seus rivais. Discussão: Ao conhecermos como são formados os grupos antagônicos entre si e seus modos de funcionamento, poderemos propor ações mais eficazes para a prevenção ou redução da violência entre esses jovens.
 
CONTRADIÇÕES E LIMITAÇÕES DE COMUNIDADES PERIFÉRICAS

BALDI, M.; BARBOSA, E.; FREITAS, C.
PUC - RS

O presente trabalho, vinculado ao Projeto Integrado Comunidade, Mídia e Memória Social, da Linha de Pesquisa "Teorias e Práticas Psicossociais Críticas" do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS, tem como objetivo investigar quais as estratégias empregadas pelos moradores de duas vilas periféricas de Porto Alegre (Vila Pinto e Vila Joana d’Arc) na superação de suas limitações e contradições. Pretende-se que o estudo sirva de subsídio para a compreensão da problemática da privação e exclusão de grande número de comunidades periféricas, e de criação e legitimação de novas práticas emancipatórias. Foram  realizadas vinte e duas entrevistas, seis grupos focais, além de filmagens e observações. A análise das informações foram feitas em grupo, com uma metodologia baseada na Hermenêutica de Profundidade de Thompson (1985). Muitas das limitações e contradições estão relacionadas às necessidades básicas de sobrevivência, como o saneamento básico, água, luz, transporte, saúde e violência. As estratégias inventadas para superação dessas limitações são: uso de práticas alternativas de saúde, eventos para arrecadação de recursos, alternativas para a educação e cuidado das crianças e adolescentes e  a participação no Orçamento Participativo do município, sempre através de organizações como associações de moradores, clubes de mães, etc. Dificuldades e privações que se agravam, interferindo no dia a dia dessas comunidades, fazem surgir novas estratégias organizativas para superar tais necessidades e aumentar a coesão grupal.
 
CRIANÇAS BRINCANDO-COOPERANDO

NORONHA, A. D.
UNISC

Este trabalho desenvolveu-se a partir de um Programa de Extensão e Estágio de Psicologia Comunitária realizado pela Universidade de Santa Cruz do Sul, onde em um bairro de periferia formou-se um grupo de crianças carentes, de afeto e alimentação. Com este grupo realizou-se Jogos Cooperativos, que têm na cooperação o seu cerne de desenvolvimento. Praticando jogos cooperativos as crianças se deparam com outras possibilidades: regras, aprendizagem e educação: a ajuda, a solidariedade, a compreensão, a ludicidade. Distintas daquelas impostas pelo sistema capitalístico vigente: a disputa, a competição, a busca desenfreada pelo lucro; proporcionados através da mídia, da escola, dos seus próprios lares. Acenando assim, quem sabe, para uma dialética que proporciona uma escolha, contrapondo-se assim à simples aceitação alienante. As repercussões, em termos práticos destes jogos desenvolvidos, podem ser observados neste processo, por exemplo essas crianças que colocavam grande parte de sua agressividade, elemento essencial no ser humano, quase exclusivamente em violência (batendo nos seus colegas), está sendo (re)canalizado para o afeto, a autonomia, a cooperação e a criatividade: elas mesmas escolhem as próximas brincadeiras; crianças extremamente avessas a carinho já permitem serem abraçadas e retribuem; o grupo usa as regras cooperativas para brincarem com mais facilidade e desenvoltura, facilitando o encontro com as outras crianças. Como futuro profissional psi, descobri através deste trabalho galgado na interação entre psicólogo comunitário e comunidade, uma metodologia de trabalho coerente com uma prática de transformação social: tendo como princípio o biocentrismo, além de ser um excelente mote para comunicação-diálogo com os envolvidos nesta práxis.
 
CULTURA E IDENTIDADE EM ASSENTAMENTOS NO DF E ENTORNO

BARBATO, S.; CARVALHO, E. M.; MOURA, R. R.; ARAÚJO, D. G.; VAZ, G. P.
UNB

A situação educacional brasileira tem enfrentado vários desafios, sobretudo no que se refere a existência de um grande número de jovens e adultos iletrados ou subescolarizados. A literatura científica atual que estuda a relação entre desenvolvimento social e cognitivo, se restringe ao estudo de comunidades com tradição oral ou escrita. No nosso entender, estes estudos não respondem totalmente às questões  da realidade brasileira, cujas comunidades  rurais se desenvolvem em ambientes semi-letrados. Tendo uma atuação em projetos de educação de jovens e adultos em assentamentos do INCRA no DF e Entorno, elaborou-se um programa de pesquisa longitudinal que busca avaliar a necessidade da educação no campo, investigando a construção da identidade e a organização do conhecimento em cinco assentamentos. Em agosto de 2000 iniciou-se a coleta de dados junto a alfabetizadores (as), alfabetizandos (as) e moradores(as). Estes sujeitos participam de entrevistas abertas e semi-estruturadas organizadas individualmente e em grupos de homens, mulheres e jovens, tendo por temas as práticas de cultura, atividades agrícolas, história de vida e memória do grupo. As atividades são realizadas aos finais de semana. Cada sujeito está sendo entrevistado em diversas ocasiões. As fitas são transcritas em sua integridade e as falas analisadas, tendo o enunciado como unidade temática. Os resultados indicam que os movimentos migratórios que resultam em assentamentos envolvem perdas materiais (terra, roça, animais e casa) e culturais (perda da identidade) resultando em perdas afetivas que devem ser transformadas pela criação de uma nova convenção, um espaço geográfico diferente e pela confluência de grupos com identidade diferenciadas.
 
FAMÍLIA, SOCIEDADE E FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS E SUA RELAÇÃO COM SAÚDE MENTAL EM CLASSES POPULARES

NASCIMENTO, J. L. M.; LIMA, R. B.; FRANCISCO, D. J.; SOUZA, C. G.
URI - Santo Ângelo

Este estudo provém da prática de estágio em Psicologia Comunitária realizada no NAP Renascer, situado no interior do RS. A família e a sociedade exercem uma função fundamental na constituição da vida psicossocial do sujeito. Na saúde mental está envolvida a vida pessoal, familiar e social. Sendo assim, é importante que todo indivíduo possa viver em comunidade e exercer sua cidadania. Nosso objetivo é verificar a relevância social, familiar, cultural e hereditária sobre as pessoas como fatores desencadeantes ou auxiliares na predisposição ao sofrimento psíquico. Foram realizadas entrevistas com grupo familiar que possui mais de uma pessoa no mesmo círculo familiar com diagnóstico de grave sofrimento psíquico. São relacionados e analisados fatores como ambiente familiar, social e cultural em que os sujeitos vivem juntamente com os fatores psicossociais, sócio-econômicos ou ainda ligados ao uso de agrotóxicos, levando em conta que a maior parte dos sujeitos pesquisados provém do interior do Estado e trabalha com agricultura. Promover para os sujeitos com grave sofrimento psíquico, ambientes capazes de favorecerem a saúde, o desenvolvimento de habilidades pessoais e fortalecer as relações de cidadania na sua comunidade se apresentou como conclusão deste trabalho.
 
GRUPO DE MULHERES ROSAS DE MAIO: UMA EXPERIÊNCIA EM PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA

DARTORA, S.; PIT, M. L.; BANHARA, A.; LAZZAROTO, C.; FELIPPI, E.; BONAMIGO, I.
UNOESC - Chapecó

O "Grupo de Mulheres Rosas de Maio" foi criado no primeiro semestre de 2000, a partir de projeto de estágio do Curso de Serviço Social da UNOESC/Chapecó, tendo como objetivo inicial criar uma consciência em saúde e instrumentalizar a população para gerar alternativas de enfrentamento dos problemas na área de saúde sanitária. A população envolvida pertencia ao Conjunto Habitacional Vida Nova, localizado na região do bairro São Pedro, bairro pobre da periferia de Chapecó. Com o início da pesquisa de campo realizada pelas estagiárias de Serviço Social, percebeu-se que as dificuldades daquela população estavam ligadas ao desemprego e a falta de recursos. Desta forma, foi planejado um trabalho de capacitação de um grupo de mulheres para atividades que possibilitassem a geração de renda. No decorrer do processo, a equipe de estágio do Curso de Serviço Social sentiu a necessidade de realizar um trabalho interdisciplinar com o Curso de Psicologia, abrangendo referenciais teóricos que possibilitassem uma abordagem mais global e dinâmica do grupo e de seus componentes. Nesse contexto, as alunas de Psicologia inseriram-se neste trabalho, através de observação participante. A partir da participação no grupo e da necessidade emergente de facilitar o processo de expressão de pensamentos, sentimentos e percepções das mulheres, foram desenvolvidas algumas atividades de aquecimento, através de dinâmicas de grupo. Como resultado, percebeu-se facilitação do processo grupal, maior integração e expressão das participantes e maior fluidez do trabalho conduzido pelas estagiárias do Serviço Social. Os referenciais teóricos utilizados fundamentam-se na perspectiva sócio-histórica da Psicologia Social Comunitária.
 
IMAGENS DO CASAMENTO EM MULHERES POBRES

JULIANI, J.; ONESTI, L. A.; HIRATA, P.; PENHA, C.;VICENTINI, A. T.
UNIFIL

Possibilitar um espaço de discussão para um grupo de mulheres sobre a vida pessoal permite identificar os significados construídos sobre as diversas esferas que a compõe, em especial a do casamento. Visando obter dados sobre as imagens do casamento entre mulheres pobres, o presente trabalho foi desenvolvido com um grupo de 20 mulheres residentes no Jardim Santiago, localizado na zona oeste da cidade de Londrina-PR. Os dados foram coletados ao longo dos anos de 1999/2000 em reuniões realizadas quinzenalmente, na associação de moradores do bairro. Relatos sobre locomoção, vestimentas, ritual religioso e festa de casamento destas mulheres conduzem a reflexões sobre a distância de suas condições dos padrões observados nas cerimônias realizadas na classe média. Estes padrões foram, unanimemente, citados como sendo o que desejavam para si. Para 70% das mulheres, o casamento significou sofrimento em decorrência da infidelidade e rejeição do marido em meio a conflitos conjugais freqüentes. Apesar disto, o casamento possibilitou-lhes experienciar um senso de realização através do nascimento e criação de seus filhos. Os relatos das viúvas ou separadas judicialmente (50% das participantes) expressam um momento nítido e claro onde passaram a sentir liberdade e espontaneidade. Porém se tivessem que reviver suas experiências conjugais fariam novamente com a mesma pessoa, apesar das adversidades vividas. Tal fato pode desvelar uma aceitação inquestionada da sua própria condição de mulher.
 
INTERVENÇÃO EM PSICOLOGIA COMUNITÁRIA NA CONSTRUÇÃO DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO EM COMUNIDADES

BERTINI, F. M. A.
UFC

O presente trabalho foi realizado no Município de São Gonçalo do Amarante no interior do Estado do Ceará.. No atual período administrativo, em 2001, viabilizou-se a primeira fase da implantação do modelo de gestão participativa, que consistiu na construção do orçamento público nas comunidades. Esse processo realizou-se em trabalhos em pequenos grupos- no total de vinte encontros, nos quais a população discutiu e decidiu sobre orçamento público e políticas públicas. Eram identificados três preocupações maiores que precisavam e podiam ser resolvidas em 2001. Nessa fase, o Núcleo de Psicologia Comunitária (NUCOM) da Universidade Federal do Ceará atuou de maneira a facilitar e integrar os diversos grupos nas comunidades. Houve a  utilização de  alguns instrumentos de Psicologia Comunitária. Um dos instrumentos aplicados foi o Círculo de Cultura, com base na metodologia de Paulo Freire. Esse método  propiciou a reflexão e a análise da realidade local, além do diálogo grupal sobre temas geradores como o nome do Município e as palavras Participação e Desenvolvimento. Outro instrumento usado foram vivências em Biodança - como roda de embalo e roda olhar. Esse momento vivencial  proporcionou a integração e o vínculo emocional entre as pessoas .Nessa fase, viabilizou-se o processo de participação social propiciando que as pessoas se tornassem sujeitos de seu próprio desenvolvimento. Como resultado, depois dos vinte encontros realizados, houve uma Assembléia Popular, na qual ocorreu a presença de todas as comunidades dos vintes encontros. O objetivo era apresentar as prioridades tiradas à  atual administração municipal para serem viabilizadas no ano de 2001.
 
INVESTIGANDO OS PROCESSOS E ATIVIDADES NECESSÁRIOS PARA INTEGRAÇÃO DA PESSOA CEGA

NUERNBERG, A. H.; TESK, C. M.
UNISUL

A integração da pessoa cega é o resultado de esforços empreendidos pelo conjunto da sociedade, sobretudo pela parcela da população portadora de deficiência visual. (Carneiro, 1997). Esta pesquisa visa investigar e descrever os processos e atividades necessários para a integração social da pessoa cega. Para tanto, foram realizadas observações sistemáticas junto às atividades voltadas a esta integração, bem como entrevistas com pessoas vinculadas a Associação Catarinense para a Integração do Cego - ACIC, na Região da Grande Florianópolis, que representa os interesses da pessoa cega. Utilizou-se também métodos etnográficos e de registro de campo para a fase de coleta de dados. Os resultados evidenciaram que a integração da pessoa cega passa pela garantia de sua inserção no contexto do trabalho, da escolarização e no meio social em geral. Destacou-se neste processo, a importância das atividades voltadas ao desenvolvimento de habilidades, tais como a orientação, a mobilidade, a leitura e escrita Braille, entre outras, que irão influenciar diretamente na integração social da pessoa cega. Concluiu-se esta investigação, salientando a relevância das ações coletivas de associações e fundações que promovem a autonomia e a realização pessoal da pessoa cega.
 
O PORTADOR DE NECESSIDADE ESPECIAL: UM ESPAÇO DE INTEGRAÇÃO NO CONTEXTO COMUNITÁRIO

POZZA, C. Z. D.; ANJOS, L. P.; HOESCHL, R. B.; CAMPOS, R. T. S. F.
UNIVALI

O presente trabalho, foi desenvolvido por acadêmicas do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí/campus IV, com o objetivo de cumprir os requisitos da disciplina Psicologia Comunitária. Para tanto, está fundamentado nas questões que envolvem as pessoas portadoras de necessidades especiais, que visa elucidar os preconceitos sempre presentes na vida destes sujeitos excluídos do círculo de atividades da sociedade e destituídos dos seus direito de cidadão. Com base nesta premissa, desenvolveu-se um projeto de intervenção que possibilitasse dar início a um trabalho de inclusão da pessoa portadora de necessidades especial no seu meio social. Criou-se como estratégia um espaço de integração, que  viabilizasse o encontro com alunos da rede de ensino regular e alunos do ensino especial em uma praça do município de Biguaçu, a fim de dinamizar uma tarde de lazer. A dinâmica utilizada contou com a coordenação das acadêmicas com o objetivo de integrar estas crianças através de brincadeiras infantis, convivências e trocas, como também, trazer até o contexto comunitário a possibilidade de naturalizar esta população.  A forma de avaliação se deu com os alunos do ensino regular, através de grupo focal, antes e depois do evento, na tentativa de investigar a representação presente neste grupo. Os resultados obtidos demonstraram mudança de conceitos, maior aceitação da população em estudo, participação da comunidade, indicando o inicio de um processo de inclusão.
 
OS DESAFIOS DA INSERÇÃO SOCIAL PARA ADOLESCENTES INTERNOS NA FEBEM-RP

OLIVEIRA, M. C. R.; SILVA, R. C.
USP – Ribeirão Preto

Introdução: O objetivo deste estudo foi o de conhecer os repertórios explicativos, apresentados por adolescentes internos na FEBEM-RP, para o fato de terem entrado em conflito com a lei, e o que, segundo eles, têm dificultado as suas saídas do "mundo do crime". A escassez de estudos que privilegiem os pontos de vista desta população justificaram o estudo. Metodologia: Optamos pela metodologia qualitativa com enfoque compreensivista que privilegia os pontos de vista dos atores sociais. A entrevista com roteiro semi-estruturado foi o principal instrumento de coleta de dados com 11 adolescentes, do sexo masculino, com idades entre 15 e 18 anos. Como instrumentos complementares foram utilizados diários de campo e transcrições de sessões grupais. As análises enfocaram a identificação de temas, conteúdos, significados e sentidos atribuídos às suas experiências ou fatos apresentados pelos entrevistados. Resultados: a escola é a primeira instituição a evidenciar as suas condições de marginalidade social através de suas expulsões explicitas ou encobertas; os principais motivos apontados pelos jovens como importantes para terem entrado em conflito com a lei foram as agressões físicas e psicológicas, condição socioeconômica e as rígidas regras de convivência em família; a vida do crime como tradição familiar; a influência dos colegas; coação para assumir um delito; e a injustiça policial. Discussão: Os desafios que se impõem para o que se tem considerado inserção social desses jovens envolvem desde as questões relativas à família e grupos de pares, até e principalmente, à visão preconceituosa da sociedade em reconhecer esses jovens como cidadãos.
 
PRÁTICAS DE TRABALHO NA COMUNIDADE

VEDANA, M.; MACHADO, M.
UPF - Carazinho

O presente trabalho é um relato das atividades nas Práticas Introdutórias de estágio Supervisionadas II, tendo como local de trabalho a comunidade da Vila Brandina, de Carazinho/RS. O presente trabalho teve como objetivo oportunizar a vivência do trabalho do psicólogo, em diferentes " fazeres", o que vem a possibilitar uma compreensão do desenvolvimento humano e suas interligações com as questões sociais. Favorecendo ao aluno um primeiro contato para reconhecer o fazer do psicólogo, desenvolvendo atividades de observação, e descrição do comportamento em diferentes contextos. As sete estagiárias do local foram divididas em três grupos, tendo cada um deles ficado responsável por trabalhar com uma parte da comunidade. A modalidade de trabalho foi através de encontros semanais, com duração de uma hora, em horários variados, conforme a disponibilidade dos participantes. O nosso trabalho aconteceu junto ao casal de presidente da vila, prestando assessoria nos mais diversos assuntos referentes à administração e organização da associação, para o melhor funcionamento da mesma, auxiliando na circulação das informações e no aprendizado dos procedimentos práticos necessários. O trabalho visou a que houvesse uma maior iniciativa enquanto comunidade, incentivando a participação tanto do casal presidente como dos demais membros da Vila nos processos decisórios e na organização da vida em grupo. Durante o trabalho discutiram-se assuntos como: redação das atas de reuniões da comunidade, organização da documentação, incluindo o CGC da associação, conversas informais sobre o andamento da comunidade em geral. Desenvolver ligações de parceria com a comunidade para realizar atividades de socialização e ou preventivas em saúde, acompanhando os profissionais em suas diferentes atividades através de atividades práticas e teóricas individuais e de equipe passando a ser portanto um compromisso da Psicologia com a Sociedade.
 
PREVENÇÃO E PRECONCEITO: CAMINHOS CRUZADOS

CARVALHO, L.; CAMARGO, A. P.; FRANCISCO, D. J.
URI - Santo Ângelo

Este trabalho surge da prática de estágio em Psicologia Comunitária que está sendo realizada em uma Organização não governamental que oferece atendimento a portadores de HIV+/AIDS em Santo Ângelo/RS. Realizaram-se 15 entrevistas semi-estruturadas com universitários do curso de Psicologia. Foram estudadas as categorias gênero, prevenção, cudiados com a saúde. Os dados preliminares estão em análise e apontam um cuidado incipiente com relação à saúde devido ao preconceito manifestado pelos próprios sujeitos da pesqusia. Discute-se a representação social sobre AIDS, sua relação com os cuidados e a constituição de medidas de promoção de saúde.
 
PROGRAMA PSICOLOGICO DE PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA A NÍVEL COMUNITÁRIO

SANTOS, K. M.; SILVA, P. B.; MOURA, T. C. A.; NASCIMENTO, S. R.; VIEIRA, S. C.; SILVA, W. C.
CESMAC

O presente trabalho é vinculado ao programa de ex-tensão  em  Psicologia Social Comunitária da UFAL, com apoio do CRP - 15, e já apresentado no II Con-gresso Norte Nordeste de Psicologia em  Salvador. O projeto   de   conscientização  para  prevenção do câncer  de mama foi desenvolvido  numa comuni-dade de baixa renda no Bairro da Pitanguinha na cidade de Maceió onde a população estimada é 2500 famílias, o  universo  atingido  foi   151, sendo que  67%  delas  alteraram  o  hábito  passando a fazer o auto-exame conforme declarado em questio-nário na conclusão do projeto. O programa foi de-senvolvido  através das necessidades da comunida-de juntamente  com recente estatística mundial da alta incidência do carcinoma mamário e levando em consideração que a cada ano em Alagoas, são regis-trados mais de quatrocentos novos casos e cerca de setecentos óbitos pela doença.   Esta patologia é hoje a segunda maior causa  de  mortalidade  entre
mulheres. Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer, vinte  e  oito  mil mulheres contraíram a doença durante o ano dois mil e  oito  mil  morre-rão.Assim foi despertada a   necessiadde de cons-cientização para  o  hábito do auto-exame, pois o diagnóstico precoce é   fundamental e propícia maiores possibilidades de cura. O papel do psicó-logo comunitário  foi  informar facilitar e cons-cientizar. O projeto teve como metodologia consci-entizar, disponibilizando       material de escla-recimento, como     folhetos ilustrativos-explicativos com  o  propósito  de    impulsionar mudanças na  vida da comunidade , com visitas do-miciliares , atividades com recurso áudio-visual, palestras com mastologistas e psicólogos. O refe-rencial   teórico  metodológico   está fundamenta-do na Abordagem Centrada na Pessoa.
 
PROJETO MORADORES DE RUA - A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA RUA E DO ABRIGO

FERREIRA, A.; SOUZA, C.; SOUZA, M.; SAYAGO, M.; ALDRIGHI, T.
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

O presente texto é um relato do trabalho de estudantes curso de psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie junto à uma instituição de recuperação e reintegração de ex-moradores de Rua da Cidade de São Paulo. A disciplina cuja exigência acadêmica resultou nesta pesquisa é a de Psicologia comunitária. No sentido de atender à uma expectativa da instituição em conhecer o perfil psicológico das pessoas por ela atendidas bem como sua relação com a própria instituição o presente trabalho configurou-se em uma pesquisa baseada nos resultados de um teste projetivo gráfico chamado KSD e de um questionário. O objetivo foi buscar um conhecimento da representação social que a rua e o abrigo têm para estas pessoas e suas intersecções. Os resultados apontam para uma diversidade de fatores socio econômicos, culturais que mobilizam e conduzem a manutenção deste ser humano nestas condições.Porém ao mesmo tempo a possibilidade de resgatar os fatores determinantes de sua condição torna-se o eixo de uma intervenção.
 
PROMOÇÃO DE SAÚDE NA COMUNIDADE

SANTOS, A.; AMORIM, S. M. F.
UFMS

Introdução: Baseamos na idéia de que a saúde é processo, construído a partir da satisfação de determinadas necessidades das pessoas, adequadas às diferentes fases de desenvolvimento e momentos vitais. CAPLAN (1996) chamou de "provisão de aportes" a satisfação dessas necessidades e classificou os aportes em três grupos: físicos, psicossociais e socioculturais. Esses fatores estão, na realidade, intrinsecamente associados. A provisão (ou falta de provisão) de aportes básicos explica os aspectos gerais do desenvolvimento da personalidade. Esse projeto justifica-se por buscar trabalhar junto a uma comunidade considerada "de risco", alternativas de satisfação dos aportes básicos necessários ao desenvolvimento saudável bem como do enfrentamento de "crises vitais". Este projeto tem como objetivos promover a saúde na comunidade, disseminar um modelo de atuação do psicólogo clínico na comunidade, entre outro. Metodologia: Todas atividades são realizadas em grupos com doze participantes, os quais ocorrem semanalmente com 90 minutos de duração. São propostos: Grupos de Gestantes e Puerpéreas; Crianças; Adolescentes; Famílias e de Mulheres no climatério, e caracterizam-se por serem grupos de vivência e orientação que utilizam recursos conforme a faixa etária. Os temas abordados nos encontros respeitam a demanda manifesta e latente de cada grupo. A avaliação do trabalho como um todo é realizada considerando principalmente a resposta e o feed-back dado pelos participantes nos encontros. Resultados: É evidente a melhoria na qualidade de vida das pessoas dessa comunidade, expressa de diferentes formas, sejam elas dentro do ambiente familiar, social, escolar, destacando o relacionamento familiar.
 
PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ADOLESCÊNCIA

SANTOS, A.; OLIVEIRA, P. O.; ROSA, C. M. C. M. P.
UFMS

Introdução: A psicologia tendo como perspectiva o indivíduo inserido em um contexto sócio-histórico, entende o homem como um ser social, que se constrói, ao mesmo tempo, que constrói com outros homem sua sociedade e história. Tendo em vista que uma grande parcela dos nossos jovens ainda não tem acesso a serviços de saúde bem como a informações adequadas sobre o seu processo de desenvolvimento, este trabalho se propôs a desenvolver ações junto a adolescentes com o objetivo de ampliar suas consciências sobre o momento que vivenciam e realidade que os cercam no sentido de auxiliá-los a agir, interferir e solucionar as dificuldades que se apresenta, instrumentando-os a sempre ter uma atitude ativa frente a vida. Este trabalho se desenvolveu em uma escola da rede pública de Ladário-MS. Metodologia: Foram feitos encontros semanais, quinze no total, com 48 estudantes de 15 a 19 anos que transcorreram sob a forma de debates, dramatizações e técnicas de grupo onde foram enfocados assuntos que refletem o cotidiano dos mesmos. Resultados: A participação dos adolescentes foi intensa, uma vez que a cada encontro estes se interessavam mais pelos assuntos abordados, além de sugerirem novos temas decorrentes das discussões estabelecidas. O processo de intervenção realizado conseguiu fazer com que os jovens que dele participaram começassem a ter uma compreensão de si e dos outros de uma forma menos preconceituosa e ideológica, bem como do contexto social em que vivem.
 
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE REPRODUTIVA

SOUZA, C. M.; CASTRO, P.; NOVAES, A.; LOUSADA, B.; SAVIETTO, B.; MATTOS, B.; PEREIRA, C.; FARIAS, C.; RESENDE, C.; GASPAR, F.; MAGALHÃES, J.; MIRANDA, O.; FARIA, P.; GOMES, R.; GUEDES, R.; XAVIER, R.; MARQUES, R.; BRESCIANI, T.; FONSECA, V.
UFRJ

O poster apresenta o projeto "Sexualidade, Saúde Reprodutiva e Cidadania", desenvolvido desde 2000 como parte do Programa Universidade Solidária Regional com o objetivo de unir ensino, extensão e pesquisa. O projeto vem atender as demandas das comunidades, suas escolas e postos de saúde, referentes aos problemas na área de saúde sexual e reprodutiva através da capacitação de agentes multiplicadores e do desenvolvimento de projetos locais. Tais problemas de saúde pública incluem taxas altas de mortalidade materna, gravidez na adolescência, contaminação de DSTs/HIV/AIDS, parto cesariana e aborto provocado. Usando a metodologia da pesquisa-ação, 12 grupos de trabalho foram formados e após um levantamento de necessidades e demandas de cada, um curso composto de 7 oficinas foi planejado, com ênfase na experiência dos participantes, na reflexão e análise crítica de casos e em técnicas e dinâmicas participativas diversificadas. Ao longo do curso, cada grupo elaborou um projeto local, que está sendo implementado.
 
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA NA UNISC: UMA REALIDADE NO INTERIOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

AREOSA, S. V. C.
UNISC

Este trabalho busca suscitar discussões acerca da prática de estágio em Psicologia Comunitária. O pôster tenta mostrar como está o campo de atuação dentro desta área na região central do Rio Grande do Sul, região de abrangência da UNISC ( Universidade de Santa Cruz do Sul ) que é uma universidade comunitária. Em 1997(2º semestre) esta iniciou a oferta de estágio supervisionado em Psicologia Comunitária, a princípio com 10 locais (campos de estágio), sendo a maioria (7) em Santa Cruz do Sul. Hoje conta com 20 locais, 15 em Santa Cruz do Sul e 5 fora, em cidades vizinhas, tendo 50 alunos estagiando e 3 professoras trabalhando na supervisão acadêmica. É importante salientar que antes de 1997, inexistia o trabalho de psicologia comunitária no município e, agora em 2001, já temos egressos trabalhando nesta área, não apenas como voluntários mas também como contratados.  Os trabalhos estão cada vez mais diversificados possuindo-se ações em postos de saúde, conselhos tutelares, cooperativas, CAPS , comunidades evangélica e católica, programas de saúde da família, entre outros. 

















PSICOLOGIA E COMUNIDADE - INTERVENÇÕES POSSÍVEIS EM UM ESPAÇO DE ENSINO - APRENDIZAGEM FUNDAMENTADO NO ESPORTE EDUCACIONAL

BRUSIUS, A.; PALODETTI, J.; NOAL, J.; TROIS, L.
UNISINOS

O PEI - Programa Escolinhas Integradas - objetiva promover espaços para o estabelecimento de relações de ensino-aprendizagem fundamentadas no esporte educacional, estruturados na filosofia do parceiro externo IAS (Instituto Ayrton Senna), contemplando formas de intervir no desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, de 07 a 18 anos, em situação de vulnerabilidade social. Paralela e dinamicamente visa a formação acadêmica de alunos das diferentes áreas do conhecimento, que atuam interdisciplinarmente. Assim, aproxima a universidade do social, transformando a realidade através de suas ações e da produção de conhecimentos. As contribuições da psicologia neste contexto viabilizam um entendimento a partir da subjetividade, auxiliando no processo de construção da autonomia de todos os envolvidos. Neste sentido, estruturou um projeto que visa a potencializar o momento de inserção dos participantes no Programa, através do método de entrevistas com a família, onde é possível o estabelecimento de vínculos que contribuam para seus objetivos. A partir disso, é possível desenvolver uma relação de comprometimento das famílias/comunidade com a aprendizagem, ampliando as ações a fim de intervir na dinâmica deste núcleo, considerando a história de cada um. Através desta ação também pode-se conhecer a clientela, suas necessidades e carências, de forma a determinar o foco das intervenções. Esta prática tem desencadeado uma apropriação da clientela e famílias com os serviços e propostas do Programa, fazendo com que estes sejam elaborados a partir das demandas produzidas na comunidade. Esta interação permite uma posição ativa no meio em que vivem, edificando o exercício de sua cidadania e provocando rupturas no social.






PSICOLOGIA EM COMUNIDADE RURAL NEGRA

BARBATO, S.; JUSTINO, I. C.; HENRIQUES, M. I. G.; BAHIA, L. R. M. B.
UnB

Este trabalho vem apresentar uma reflexão sobre as atividades que estamos desenvolvendo desde março de 2.000, junto à comunidade quilombola Kalunga de Engenho II, Cavalcante, Goiás. Esta comunidade está afastada da sede do município e a estrada de acesso é acidentada. Até maio de 2.001, realizamos seis oficinas, cada uma com duração de quatro horas, com a participação de 50 sujeitos entre cinco e vinte anos. Os sujeitos fizeram desenhos individuais e em grupo, depois relataram histórias a partir dos materiais produzidos. Todo material gravado é transcrito e analisado tendo como unidade o enunciado temático. As imagens também são analisadas de acordo com o tema. Ao longo das atividades, foram observadas práticas culturais. Os temas moradia e transporte foram abordados na maioria das atividades. Acreditamos que estes temas estejam relacionados com o contexto de vida desses sujeitos. No que se refere ao tema transporte, percebemos as dificuldades enfrentadas pela comunidade, devido a sei afastamento das regiões urbanas e à precariedade das estradas. Supomos que o tema moradia esteja relacionado com a luta da comunidade pelo título de suas terras, que não lhes foi entregue, embora este seja garantido pelo artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Acreditamos que as atividades desenvolvidas favorecem a expressão dos indivíduos, enquanto forma de se trabalhar as questões de identidade e cidadania, dando oportunidade de discussão dos conteúdos abordados, instigando a postura crítica dos membros da comunidade. A partir de 2.001 passamos a desenvolver nosso trabalho a fim de coletar dados sobre o conhecimento das práticas de cultura das crianças e adolescentes.








REFLEXÕES E REFLEXOS DA VIOLÊNCIA COTIDIANA: UM ESTUDO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM UM NÚCLEO COMUNITÁRIO - CAMPINAS - SP
FONTANA, J. R.; SENATORE, T. A. S.
PUC – Campinas

O presente trabalho é parte do projeto “Do Risco à Proteção: Uma Intervenção Preventiva na Comunidade”, desenvolvido na cidade de Campinas SP, que busca intervir nas situações de risco social e psicológico de crianças e adolescentes, famílias e comunidades buscando alternativas de proteção as situações referidas. A prática aqui descrita, objetiva levantar reflexões teórico-práticas acerca da violência estrutural e doméstica, explicitada e manifesta através da fala, dos comportamentos e brincadeiras infanto-juvenis. A partir da observação participante, da análise e reflexão do atendimento institucional e da interação com as crianças e adolescentes, entre 07 a 14 anos de um núcleo comunitário, verificou-se a reprodução das várias formas da violência cotidiana, urbana e doméstica. Estas são possíveis de serem identificados nas brincadeiras de policia e ladrão; nos desenhos; nas músicas; nas histórias relatadas sobre a comunidade; no relacionamento criança-criança, criança-monitor e na demonstração dos valores morais resultantes de um padrão familiar violento. Com isso, observou-se que estes sujeitos estão submetidos a uma situação de grande vulnerabilidade e risco ao desenvolvimento psicossocial. Os resultados demonstraram que a violência é vivida como forma “natural” de relacionamento, em que prevalece o abuso de poder de uns sobre os outros, como regra a ser cumprida. Outros fatores identificados estão relacionados aos ganhos obtidos com as situações de violência/narcotráfico e sua credibilidade sócio-cultural. Este trabalho pretende refletir e possibilitar formas para o enfrentamento e transformação da realidade, discutindo o projeto de vida como forma de inclusão e participação justa na sociedade e na vida em comunidade, protegendo prioritariamente o desenvolvimento das crianças e adolescentes.






ROTEIRIZANDO ASPECTOS PSICOLÓGICOS DE VIDAS ANÕNIMAS

VICENTINI, A. T.; PENHA, C.; HIRATA, P.; JULIANI, J.; ONESTI, L. A.; PEREIRA, M. C. S.
UNIFIL

O acesso a informações e a participação em projetos que privilegiem o coletivo em relação ao individual contribuem para a constituição de seres mais plenamente desenvolvidos. O presente projeto visa a compreensão das condições objetivas de vida e identificação de como se dá o processo de constituição e expressão de subjetividade feminina. Politicamente, almeja-se a constituição de um trabalho de parceria, que resulte na consolidação da cidadania através da instituição de seres autônomos, morais e éticos. Possibilitar também aos acadêmicos a compreensão de que podem aprender com populações pobres, aproximando grupos sociais distintos na construção da cidadania. Foram formados dois grupos de mulheres, moradoras de um bairro de periferia da cidade de Londrina-PR. Em cada encontro procurou-se obter a participação de todas através do relato de suas experiências. Foram realizadas dois tipos de registro: o da atividade da elaboração do roteiro e o registro das "cenas" identificadas como reveladoras dos significados sociais e individuais das condições de suas vidas diárias. Os temas abordados convergiam para a constituição da cidadania envolvendo reflexão sobre os seus papéis de mãe, mulher e esposa; oportunidades de vida e o acesso a elas, momentos críticos e decisivos na vida pessoal, construção do lazer e alternativas para seu usufruto. Experiências comuns e adversas conduziram à seleção das instâncias significativas em suas vidas tais como: migração, infância, adolescência, casamento, maternidade e trabalho. A partir desses aspectos de suas vidas, sugestões e consenso sobre as cenas representativas foram já obtidas para compor o vídeo documentário.







TRABALHO INTERDISCIPLINAR DE ASSISTÊNCIA PSICOSSOCIAL PENITENCIÁRIA

LOPES, C. L. A. S.; OLIVEIRA, S. F.; BARROS, A. L.; CHIES, L. A. B.; TEIXEIRA, V. A.
UCPel

Este trabalho expõe uma experiência de ampla caminhada de ação interdisciplinar representando pois, na visão de seus idealizadores, um amadurecimento das atividades de extensão, pesquisa e ensino. Nesse sentido o trabalho representa uma continuidade redimensionada das intervenções junto ao Presídio Regional de Pelotas, tendo sua gênese vinculada ao Protocolo de Intenções firmado entre a Universidade Católica de Pelotas e a instituição prisional - através da Secretaria de Segurança do Estado e da Superintendência de Serviços Penitenciários. Tal cooperação viabilizou a inserção de acadêmicos dos cursos de Direito, Serviço Social e Psicologia, pautados pelo referencial da interdisciplinaridade. No âmbito da Atenção à Saúde Mental objetiva-se a reabilitação e reinserção social extensiva à redes pessoais institucionais, via ações individuais e/ou grupais voltadas à promoção de saúde. A partir disto, divide-se o conhecimento na busca da melhoria da qualidade de vida humana e, então, o papel da Psicologia Social Comunitária se propõe em ir além da atividade pontual, utilizando-se das ferramentas dessa ciência para crescer e ajudar a crescer, discutindo e propondo olhar e analisar-se na inserção. A preocupação com a formação extrapola o formal, está na solidariedade, respeito e comprometimento social na caminhada de preparação do futuro profissional. Essa ação-sentimento aponta para o reconhecimento de que toda a população tem seu saber próprio e os lugares ocupados na sociedade que nos diferenciam. A penitenciária existe e é sobre este mundo real em que vivemos que devemos pensar e agir, assim como os acadêmicos para nele viver e atuar.








VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE BAURU: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

SILVA, N. R.; BELISSIMO, N.; CAUREL, A. L.; MARTINS, E.; PEREIRA, N.; PERETTI, A.; SILVA, A. L. B.
UNESP – Bauru

O presente trabalho monográfico foi realizado como conclusão do Telelacri  USP/SP, curso de especialização na área de Violência Doméstica. O fenômeno violência é aqui compreendido como a realização de determinadas relações de força, marcadas pela assimetria, nesse caso, em termos interpessoais e tomando o ser humano como objeto. Na análise do fenômeno utilizou-se o paradigma Histórico Crítico, que se ancora em três pressupostos básicos: multicausalidade, sócio-psíquico-interacionismo, produção histórica do fenômeno: este interfere na sociedade que o produz e traz implícita a possibilidade de sua superação. Contudo, há grandes dificuldades na elaboração de estratégias de prevenção, principalmente pela aceitação e disseminação do disciplinamento corporal nas diversas culturas. A violência Fatal foi escolhida como foco por ser uma das modalidades cujo diagnóstico ocorre tardiamente: a maioria dos casos são considerados acidentais e é freqüente a omissão dos profissionais em tais situações. Foi pesquisada violência contra crianças e adolescentes no ano 2000. O objetivo do presente trabalho foi coletar dados sobre a realidade da violência doméstica em Bauru e para tanto foi realizada pesquisa na Delegacia da Mulher, utilizando informações dos boletins de ocorrência do primeiro semestre de 2000. Os dados indicaram 49 casos envolvendo violência física, sexual, psicológica e negligência nos quais as vítimas eram crianças ou adolescentes. Ao agressores eram pais, padrastos e mães em aproximadamente 91% dos casos, havendo também outros familiares envolvidos. Com fundamento nos estudos teóricos realizados, elaborou-se um projeto de prevenção do fenômeno Violência Fatal Doméstica para o município de Bauru, com enfoque na Saúde Pública.




ABORDA: SÁUDE E CIDADANIA NA REDUÇÃO DE DANOS

LIMA, H.; SIQUEIRA, D.
PUC/SP

Os trabalhos na arena de redução de danos procuram ressignificar a relação entre drogas e sociedade, retirando o enfoque policial e priorizando o trabalho sócio-interacionista. O redutor interage com o usuário, e deste vínculo desdobram-se o acesso aos serviços de saúde e a possibilidade de ampliação e melhorias da qualidade de vida de pessoas que estariam, pela própria condição social, marginalizadas. A ABORDA, fundada em 1997, congrega atualmente 300 redutores de danos, em 8 estados, desenvolvendo parcerias com universidades, secretarias estaduais e municipais, além de outras organizações não-governamentais. Objetivos: reforçar os vínculos do usuário com os sistemas de saúde e resgate de seus direitos como cidadão. A ABORDA realiza capacitação para redutores -muitas vezes usuários e ex-usuários de drogas- dando sustentação teórica e metodológica para os agentes (redutores). Há contínua articulação com assistência jurídica especializada, dado o caráter ilegal das drogas injetáveis no Brasil e a complexa discussão acerca da pertinência da troca de seringas como estratégia oficial. Metodologia: ao trabalhar prevenção (fornecimento de informações, preservativos e seringas descartáveis) e assistência (encaminhamento aos serviços públicos de saúde), os redutores de danos estabelecem contato com os usuários. Primeiramente através da troca de seringas, sem  exigir abstinência. Também é feita a captação da comunidade e seus serviços básicos para receber uma demanda que vem crescendo em todo o país, embora em geral permaneça invisível. Os redutores são capacitados em oficinas especialmente estruturadas para esse trabalho e sua atuação avaliada sistematicamente. Os projetos desenvolvidos em todo país envolvem profissionais com diferentes formações e fontes financiadoras. A ABORDA é uma associação, onde parte da verba advém dos pagamentos dos associados, parte da venda de insumos (camisetas, artesanato produzido em oficinas) e parte das parcerias e consultorias que estabelece.
 
CONSELHO TUTELAR: CAMINHOS E (DES)CAMINHOS DE SUA ATUAÇÃO NA SERRA/ES

ANDRADE, A. N.; NOVO, H.; LUNS, C.; SANTOS, M.; VERONEZ, C.; JOVARINI, N.; TEGIS, V.; ROMERO, R.
UFES

Os Conselhos Tutelares têm uma história recente no Brasil e, pode-se dizer, encontram-se em um processo de implementação e avaliação. O objetivo deste trabalho foi conhecer/identificar as problemáticas cotidianas vividas pelos Conselhos Tutelares do município da Serra/ES, avaliando os diversos modos de enfrentamento, assim como das possibilidades de atuação da Psicologia neste novo contexto. A pesquisa/intervenção foi realizada com o acompanhamento de 20 conselheiros que se dividem em 4 regionais. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e reuniões grupais nas quais foram discutidas as problemáticas envolvidas no trabalho dos conselheiros. Os pesquisadores desenvolveram, também, um diário de campo em que foram anotadas observações e registros de conversas com a população envolvida. Através de uma análise dos dados coletados nas entrevistas, nos grupos e diários de campo, constatou-se diversas dificuldades estruturais, tais como: espaço físico precário e falta de apoio institucional para o atendimento das crianças/adolescentes; o Conselho Tutelar tem sido usado, em alguns momentos, como uma estratégia facilitadora para o meio político, utilizando o espaço do Conselho e a autoridade de conselheiro para realizar campanhas políticas. Ao longo da inserção dos pesquisadores e dos diversos encontros, foi-se evidenciando uma demanda em que a atuação do psicólogo extrapola, em muito, uma prática reduzida à clínica. Trata-se, antes, de um trabalho de participação coletiva, em que se faz necessário a construção permanente de novas políticas públicas e um maior engajamento dos envolvidos (conselheiros e comunidade), visando um melhor funcionamento do Conselho Tutelar.
 
O SEQÜESTRO DO ÔNIBUS NO RIO DE JANEIRO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE MÍDIA E VIOLÊNCIA

RAMOS, F. P.; NOVO, H. A.
UFES

A violência criminal está entre os fatores que têm gerado sentimentos de medo e insegurança entre os moradores dos grandes centros urbanos. Ressalta nesse contexto a descrença da população nas instituições responsáveis por manterem a ordem e a justiça, favorecendo a busca de soluções individuais para a resolução dos conflitos sociais. Os meios de comunicação têm contribuído mais para exacerbar os sentimentos de insegurança e impotência no imaginário popular do que para fornecer bases de discussão e reflexão sobre as inúmeras determinações que envolvem a produção da violência no país. O objetivo do presente trabalho é discutir algumas das representações que circularam na mídia impressa em torno do seqüestro de um ônibus, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro. O seqüestro foi transmitido ao vivo pela TV e teve um desfecho trágico (com a morte de uma refém e do seqüestrador), com ampla cobertura na mídia. Analisamos matérias de duas revistas semanais de circulação nacional e setenta matérias de um jornal paulista de grande circulação nacional. A discussão é centrada na figura do suposto (único) agente da violência, a partir da perspectiva da produção da alteridade. Os resultados apontam que o bandido encarna, freqüentemente, o papel de 'bode expiatório' da situação, sendo o alvo das atenções (e do ódio) da população e da imprensa. A mídia, em geral, contribui na mitificação da violência e na manutenção da concepção de que a violência é produzida por indivíduos que não sabem lidar com suas emoções e dificuldades, e que merecem, portanto, ser excluídos do convívio social.
 
PENAS ALTERNATIVAS À PRISÃO: DE MÃOS DADAS COM A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

AMARAL, V.; BEDIN, J. N.; BENTO, L. L.; CRUZ, M. E. R.; FABRIL, F. R.; FONSECA, R. S.; GONZAGA, M. T. C.; JACINTO, A. C.; LOPES, M. E. M.; OLIVEIRA, F. C.; SILVA, G. L. R.; VESSONI, M. B.
UEM

A realidade social brasileira tem se deparado com um elevado índice de criminalidade, que aliado à crise do sistema prisional, nos desafia a buscar alternativas às penas privativas de liberdade, tais como as penas alternativas. Comprometidos com essa necessidade é que tem se desenvolvido o Programa Pró-Egresso na Universidade Estadual de Maringá, Paraná, vinculado à Secretaria da Justiça, Trabalho e Ação Social com o objetivo de construção do ideal de justiça, promovendo assistência ao apenado, resgatando sua identidade, sua cidadania, prevenindo a criminalidade, objetivando a não reincidência e não violência social. Para tanto o Programa conta com uma equipe multidisciplinar de atuação nas áreas assistência social, psicologia, direito, enfermagem, história e informática, sob supervisão geral de promotor público e uma coordenadora local. As atividades da área de Psicologia consistem em uma triagem inicial, que serve como uma investigação da vida pregressa do indivíduo. A partir daí fazemos o encaminhamento para instituições públicas que estão vinculadas ao Programa, e posterior acompanhamento da prestação de serviços à comunidade. Acreditamos que a prestação de serviços é uma tentativa, que vem apresentando bons resultados no sentido de transformar uma punição numa experiência significativa na vida do indivíduo, que venha contribuir para a transformação de uma realidade social. Desta forma, a atuação da psicologia num Programa como este ressalta seu compromisso com a transformação da realidade, além de contribuir para a compreensão do indivíduo inserido em um contexto social mais amplo.
 
SERVIÇO CIVIL VOLUNTÁRIO: O RESGATE DOS DIREITOS HUMANOS ATRAVÉS DA ÉTICA E DA CIDADANIA

BATISTA, M. H.; BATISTA, R. L.; BULLA Jr., L. C.; CALDERARO, R. S. S.; FERNANDEZ, J. B. M.; FUGGI, T. S.; GAWLAK, T.; GONZAGA, M. T. C.; JACINTO, A. C.; MANTOVANI, F. G.; MIYAMOTO, K.; OLIVEIRA, A. D.; SANTOS, D. G.; SHIMANO, E. H.; SILVA, R.; TOMANIK, E. A.
UEM

O Serviço Civil Voluntário é um programa do Governo Federal, articulado pelos Ministérios do Trabalho e Emprego e da Justiça, com apoio do Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH e do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador - PLANFOR, com financiamento do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT. Em Maringá, o SCV é desenvolvido pelo Grupo de Estudos Sócio-Ambientais - GESA da Universidade Estadual de Maringá. O SCV é um programa voltado para jovens de 18 anos de idade, desempregados, de baixa escolaridade e baixa renda familiar. O programa contempla a estimulação à continuidade ou à elevação da escolaridade, o desenvolvimento de valores de cidadania , a qualificação profissional e o encaminhamento ao mercado de trabalho. Em Maringá, participaram do SCV, de julho a dezembro de 2000, 150 jovens nascidos no ano de 1982, com baixa escolaridade ou evadidos das escolas, de baixa renda familiar e fora do mercado de trabalho. Esses jovens foram distribuídos em 5 pólos de 30 alunos. A distribuição desses pólos visaram contemplar bairros de situação econômica precárias, em atendimento aos critérios estabelecidos pelos órgãos governamentais. Estes jovens tiveram a possibilidade de elevar suas escolaridades, participar de cursos sobre noções de cidadania, ética e direitos humanos e profissionalizantes. Todos alunos contavam com um acompanhamento e visitas domiciliares constantes realizadas pelas estagiárias e monitoras do programa. Estes jovens também, em diversas ocasiões, prestaram serviços à comunidade, com o objetivo de desenvolver o espírito de solidariedade e participação civil, com ações integradas e efetivas nos assuntos e campanhas sociais.


 
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